Consultas terapêuticas com pais e filhos: resgatando a experiência compartilhada do brincar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Moreira, Leliane Maria Aparecida Gliosce
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-24092015-104905/
Resumo: O Serviço Escola de um Curso de Graduação de Psicologia é uma instituição que, ao mesmo tempo em que presta serviços psicológicos à comunidade enquanto promoção de saúde mental, também visa a formação de psicólogos por meio de atividades práticas em estágios curriculares obrigatórios. No Serviço Escola de Psicologia são realizadas modalidades de atendimento psicológico à comunidade e, entre eles, há o atendimento psicológico de pais que procuram ajuda especializada diante de situações conflitivas com seus filhos, as quais não compreendem ou não conseguem mais intervir. O psicólogo é então chamado para auxiliar pais e filhos a compreender o que está ocorrendo na relação entre eles por meio de intervenções que promovam o resgate do processo de desenvolvimento emocional da criança, ao mesmo tempo em que permitem outra compreensão do seu modo de ser/viver por parte de seus pais. O pedido dos pais por atendimento psicológico de seu filho tem sido estudado por diversos autores da psicanálise, mas a ênfase do presente estudo está voltada à teoria do relacionamento paterno-infantil, conforme construída por Winnicott (1982, p. 40). Segundo Winnicott, as condições favoráveis apresentadas pelo ambiente (pais/família) permitirão que a criança possa amadurecer no tempo e ritmo desejável, ou seja, que ela possa ser si mesma em um tempo e um espaço. Se de início a dependência é absoluta, progressivamente a criança ruma à independência, desde que o ambiente (os pais, família, cuidadores, ou seja, quem estiver na função de cuidar) entenda que seu papel permanece, mesmo que modificado, em cada uma das fases do desenvolvimento da criança. Portanto, para Winnicott é fundamental que haja uma provisão ambiental permanente para que o percurso de amadurecimento da criança seja promovido. Ele aponta que, em algumas circunstâncias, as consultas terapêuticas permitem a retomada do percurso de desenvolvimento da criança desde que haja o suporte e o cuidado dos pais. Este estudo visa verificar se as Consultas Terapêuticas com pais e filhos, desenvolvidas em um Serviço Escola, são um método eficaz para investigar e compreender os mecanismos psíquicos envolvidos na interrupção do percurso de amadurecimento da criança. E também verificar se é um método que promove o resgate da comunicação entre os pais e a criança, a partir da re-inclusão dos pais no seu papel de sustentação do processo de amadurecimento da criança. Para tanto, foram acompanhadas e analisadas duas consultas terapêuticas de crianças e pais realizadas em um Serviço Escola buscando determinar se essa modalidade de atendimento clínico favoreceu a retomada do percurso de desenvolvimento da dupla pais/criança. Esse trabalho apresenta uma relevância social na medida em que propõe a adoção de um procedimento clínico psicanalítico à relação pais e filhos, quando ainda é possível evitar que modos patológicos de resolver o conflito se estruturem (SAFRA, 2005, p. 37), adquirindo, então, um caráter preventivo