Resgatando o lugar de pais: intervenções psicoterápicas com familiares como promoção de um ambiente facilitador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Figueiredo, Priscila Checoli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-01042015-081713/
Resumo: A Unidade Básica de Saúde (UBS) é um equipamento do SUS no qual o psicólogo se insere prestando serviços relacionados à promoção, prevenção e tratamento de saúde. A UBS recebe pais que buscam ajuda do psicólogo para lidar com questões emocionais e comportamentais dos filhos, e este deve auxiliar na compreensão destas demandas e intervir em situações nas quais há necessidade de ajuda. D. W. Winnicott retrata a família (fundamentalmente a função materna e paterna) enquanto ambiente facilitador do processo de amadurecimento pessoal. Aponta também que intervenções psicoterápicas breves como consultas terapêuticas podem auxiliar a retomada do desenvolvimento emocional diante de dificuldades neste processo. Para tanto, se faz necessário que haja um entorno familiar fornecendo condições para que a criança usufrua do progresso atingido pelas consultas. O suporte e o cuidado aos pais, procurando dar condições para que a família facilite o desenvolvimento saudável da criança, pode ser, neste sentido, uma interessante estratégia de cuidado em saúde mental. Este estudo, desenvolvido numa UBS, visa analisar o alcance das primeiras intervenções psicoterápicas baseadas no modelo das consultas terapêuticas de Winnicott, realizadas com pais, crianças e adolescente. Foi feito o estudo qualitativo com mães que buscaram atendimento para seus filhos, visando proporcionar nas três primeiras entrevistas uma experiência de comunicação e integração. Intercaladas a estas entrevistas, realizaram-se duas consultas aos filhos, seguindo o mesmo modelo. Ao final dos atendimentos, foi feita uma entrevista semi-dirigida, através da qual analisamos o alcance das intervenções. O estudo mostrou que a experiência de escuta e intervenção proporcionada às mães tiveram diversos efeitos terapêuticos. Foi possível resgatar recursos quanto ao desempenho da função materna, que resultou na aproximação da relação mãe/filho. Houve também o fortalecimento das relações familiares em geral, bem como melhoria no uso dos recursos do entorno social. Este estudo permitiu mostrar como o psicólogo pode colaborar para que a UBS se torne um lugar que favorece a vivência de funções integradoras para os membros da família, proporcionando o holding, para o paciente, e para os familiares que buscam atendimento. Ao resgatar a possibilidade dos pais de conduzirem suas famílias a partir de um lugar mais amadurecido, podemos ajuda-los a formar sujeitos autônomos, contribuindo para uma sociedade mais saudável. Reitera-se, portanto, a importância de oferecer acesso a este tipo de ajuda sempre que preciso, justificando o investimento em políticas públicas que garantam o acesso ao serviço do psicólogo clínico