A fronteira infernal da renovação urbana em São Paulo: região da Luz no século XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Petrella, Guilherme Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16137/tde-29062017-132232/
Resumo: O fenômeno da Renovação Urbana é uma reestruturação espacial que se realiza em situações especiais da metrópole. Opera por uma finalidade ou estratégia específica. Implica em um processo de produção, um produto e um uso também específicos. Nesta especialização, a espacialização se diferencia. A renovação se realiza ao imbricar incorporação imobiliária, predominantemente de caráter privado, e infraestrutura, predominantemente de caráter público. Relaciona formas de financiamento especiais, recursos oriundos de instituições públicas de diversos níveis, ou de instituições financeiras de diversas ordens e origens. O presente trabalho busca analisar o processo contemporâneo de renovação urbana da Região da Luz, no centro de São Paulo, que explicita o caráter de disputa na produção do espaço. Uma luta de classes que se realiza na disputa pela produção e distribuição do produto social, da riqueza comum. A «cidade». A tese da renovação é a subvida do trabalho, que se aprofunda com o deslocamento da valorização da produção para a capitalização da propriedade, meio fictício de acumulação. Na atual reestruturação capitalista emerge o domínio do (capital) fictício como fundamento da reprodução social. Na sua dimensão espacial, convergem o imobiliário e o financeiro, que particularizam a reprodução do capital na metrópole contemporânea, proporcionando-lhe uma sobrevida através da produção do espaço. Esta convergência se dá pela coalizão de frações de classe detentoras do patrimônio imobiliário e financeiro, que acentua o domínio das classes proprietárias sobre as classes subordinadas. Como desdobramento na dimensão da luta política, a experiência de resistência à espoliação pode orientar para a constituição de uma classe social espacial, de base urbana, cuja luta conforma uma força contra o capital. A exposição da tese se dá em três capítulos. O primeiro analisa os planos urbanos da Região da Luz; o segundo, a centralidade da propriedade na acumulação de capital; e o terceiro os conflitos e coalizões no uso, distribuição e produção do espaço. Cada um destes capítulos, por sua vez, é organizado em três subcapítulos. O primeiro de cada um deles observa seu aspecto imediato, o plano urbano, a centralidade da propriedade e os conflitos e coalizões. Depois, inicia-se uma abordagem de seu aspecto global, ou como cada uma destas manifestações imediatas se relacionam a dimensões jurídicas, econômicas e políticas que têm relações a processos sociais mais amplos. Por fim, cada um deles se fecha com uma discussão que se suscita ao nível das contradições mais gerais que os movem, relativo à totalidade ou consciência.