Interação dos receptores P2X7 e TRPV1 na ativação do inflamassoma NLRP3 e na liberação de vesículas extracelulares na linhagem murina de micróglia BV2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bastos, Sávio Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-25072024-110328/
Resumo: As células da micróglia são os macrófagos residentes do sistema nervoso central, atuando como principal linha de defesa e altamente responsiva a estímulos estressores. Diversas são os receptores e as vias intracelulares componentes do processo de ativação microglial, com destaque para os receptores P2X7 e TRPV1, dois sensores ativados em situações de estresse. Os receptores P2X7 são ativados por altas concentrações de ATP no meio extracelular enquanto os receptores TRPV1 são ativados por capsaicina e outros estímulos associados a dano, como acidez e altas temperaturas, além de canabinóides endógenos. A ativação de ambos os receptores é relacionada a ativação do inflamassoma NLRP3 e à liberação de vesículas extracelulares (VEs) em micróglia, mas não é claro de que forma os receptores interagem nesses processos. Nesse estudo, investigamos de que forma a modulação farmacológica de TRPV1, pela ativação com capsaicina ou bloqueio com o antagonista SB366791, interage com a ativação do inflamassoma NLRP3 e liberação de VEs induzidas pela ativação de receptores P2X7 por ATP. Para isso, as células linhagem murina de micróglia BV2 foram desafiadas com lipopolissacarídeo, tratadas com SB366791 (antagonista de TRPV1) e, por fim, estimuladas com ATP e/ou capsaicina. Foi observado que o tratamento com ATP e capsaicina induziram alterações na expressão de dímeros de TRPV1, podem ser indicativos de mecanismos de sensibilização e dessensibilização do receptor. O tratamento com ATP induziu ativação do inflamassoma NLRP3 nas células, apesar de não detectarmos as formas maduras de caspase-1 e IL-1β no lisado das células. O tratamento com capsaicina também induziu aumento de expressão de NLRP3 e pró-IL-1β e interagiu com os efeitos promovidos pelo tratamento com ATP na expressão de ASC, NLRP3 e pró-IL-1β. Na avaliação das VEs secretadas por micróglia, o tratamento com ATP induziu aumento da liberação de VEs, efeito esse revertido pelo tratamento com capsaicina. Dessa forma, constatamos uma intricada relação entre os receptores TRPV1 e P2X7 na ativação do inflamassoma e na liberação de VEs microgliais, sendo observados tanto efeitos sinérgicos quanto antagônicos frente a ativação de ambos os receptores. No entanto, mais experimentos são necessários para confirmar os mecanismos por trás desses fenômenos.