Participação do receptor TRPV1 na modulação de comportamentos que mimetizam sintomas positivos, negativos e cognitivos em um modelo animal de esquizofrenia: a linhagem SHR (Spontaneously Hypertensive Rats)
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2759354 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48455 |
Resumo: | Introdução: A esquizofrenia é um grave transtorno do mental, caracterizado por sintomas positivos, negativos e cognitivos. Diversas hipóteses sobre a fisiopatologia da esquizofrenia têm sido descritas, dentre essas, alguns dados recentes sugerem a participação do receptor TRPV1 na fisiopatologia desse transtorno. Verificamos em nosso laboratório que a linhagem SHR apresenta alterações comportamentais que servem de modelo para estudo dos sintomas da esquizofrenia, como o déficit na interação social e na tarefa de medo condicionado ao contexto, bem como a hiperlocomoção, sendo estas alterações revertidas por antipsicóticos. Esses resultados sugerem que essa linhagem pode ser útil para o estudo de aspectos da esquizofrenia. Objetivo: Avaliar o papel do receptor TRPV1 na fisiopatologia da esquizofrenia. Métodos: Ratos machos das linhagens WR e SHR adultos (3 meses) foram tratados com o agonista TRPV1 capsaicina (0,1; 0,5 ou 2,5 mg/kg - i.p.) ou do antagonista TRPV1 capsazepina (1; 5 ou 10 mg/kg - i.p.) e após 30 minutos da injeção os animais foram submetidos ao teste de interação social e locomoção no campo aberto, ao teste de labirinto em cruz elevado (LCE) e à tarefa de medo condicionado ao contexto (MCC). Além dos testes comportamentais, foi realizada a técnica de imuno-histoquímica para quantificar receptores TRPV1 nas seguintes regiões cerebrais córtices pré-límbico, infra-límbico, cingulado anterior e posterior, núcleo caudado e putâmen, núcleo accumbes porções core e shell, amígdala e as sub-regiões do hipocampo CA1, CA2, CA3 e giro denteado. Resultados: 1) O tratamento com as doses de 0,5 e 2,5 mg/kg de capsaicina diminuiu a locomoção dos animais WR, enquanto que nenhum efeito foi visto na interação social total dessa linhagem; 2) A dose de 2,5 mg/kg de capsaicina atenuou o déficit de interação social e reverteu a hiperlocomoção da linhagem SHR; 3) O tratamento com o antagonista TRPV1 capsazepina aumentou (5 mg/kg) e diminuiu (10 mg/kg) a interação social da linhagem WR, mas não afetou a interação social da linhagem SHR; 4) A dose de 5 mg/kg de capsazepina diminuiu a locomoção de ambas as linhagens; 5) A administração da capsaicina não afetou a porcentagem de tempo no braço aberto no LCE de ambas as linhagens, mas todas as doses diminuíram o total de entradas nos braços abertos e fechados da linhagem WR; 6) O tratamento com capsazepina não modificou os parâmetros avaliados no teste em LCE de ambas as linhagens; 7) O tratamento com capsaicina aumentou (0,1 mg/kg) e diminuiu (0,5 e 2,5 mg/kg) o tempo de congelamento na tarefa de MCC da linhagem WR; 8) A dose de 0,5 mg/kg de capsaicina atenuou o déficit na tarefa de MCC dos animais SHR; 9) O tratamento com capsazepina não modificou o tempo de congelamento na tarefa de MCC de ambas as linhagens; 9) O SHR apresenta diminuição da expressão dos receptores TRPV1 nos córtices pré-límbico e infra-límbico e na região CA1 do hipocampo quando comparados com a linhagem WR; Conclusão: Os resultados obtidos sugerem que a ativação do TRPV1 pode atenuar as alterações comportamentais dos animais SHR, sugerindo um possível efeito antipsicótico de agonistas TRPV1. Observamos também que este receptor encontra-se expresso nas regiões relacionadas com a fisiopatologia da esquizofrenia, sendo detectadas diferenças na expressão do TRPV1 entre as linhagens WR e SHR. |