Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Luiz Fernando |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-24102022-115852/
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Resumo: |
Sentenças contrafactuais implicam que a situação que elas descrevem é falsa (IATRIDOU, 2000). Por exemplo, \'eu queria ter um carro\' é contrafactual porque implica que o falante não tem um carro. Poucas línguas possuem um morfema especializado em contrafactualidade. A maioria delas usa um modal acrescido de morfologia de passado e/ou aspecto imperfectivo para expressar contrafactualidade (IATRIDOU, 2000; VAN LINDEN e VERSTRAETE, 2008). Isso está ilustrado no exemplo acima no qual o verbo \'querer\' é marcado com passado, mas o desejo é no presente. Apesar de tempo e aspecto apresentarem um comportamento diferente em construções contrafactuais, muitos autores assumem que o tempo é o ingrediente mais relevante e que de fato contribui para expressar o sentido contrafactual. Por exemplo, Steele (1975) assume que há algo universal que liga a semântica do passado e a semântica de irrealis. Essa análise é corroborada por línguas, como o português brasileiro e como o Karitiana, nas quais é usado em contrafactuais morfemas que remetam ao passado como o futuro do pretérito e o não-futuro. No entanto, nem todas as línguas usam o passado (VAN LINDEN e VERSTRAETE, 2008) e essa variação morfológica é um problema para uma perspectiva universal. Assumimos que a perspectiva universal pode ser sustentada assumindo-se que se tratam de universais semânticos que recebem diferentes spell outs de acordo com a gramática de uma língua. Ilustramos isso comparando orações contrafactuais de línguas de sistemas temporais distintos, a saber, o Karitiana (tronco Tupi), do sistema futuro vs. não-futuro, e o português brasileiro, do sistema passado vs. não passado. Mostramos como é possível explicar os ingredientes contrafactuais de acordo com as gramáticas dessas línguas. |