Funcionalidade global, da deglutição e da comunicação de idosos com comprometimento cognitivo avançado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Daniela Tonellotto dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-07022019-092504/
Resumo: INTRODUÇÃO: A demência ou comprometimento cognitivo avançado é um problema frequente e cada vez mais prevalente na população idosa. A maioria dos pacientes com demência desenvolve disfagia especialmente na fase avançada da doença e tem alto risco de morte por pneumonia aspirativa. Inúmeras são as discussões a respeito da funcionalidade dos idosos com quadros demenciais; todavia, a deglutição não faz parte das escalas de funcionalidade. Além disso, a avaliação da comunicação, segue critérios equivocados, como \"quantidade de palavras emitidas por dia\". OBJETIVOS: Traçar o perfil das dificuldades de deglutição e comunicação em pacientes com comprometimento cognitivo avançado, identificar indicadores de disfagia e distúrbios da comunicação que se associem com a classificação da funcionalidade global da escala FAST e propor a inclusão de parâmetros de disfagia e funcionalidade da comunicação na escala FAST. MÉTODOS: Foram coletados dados de 107 pacientes no banco de dados do Ambulatório de Comprometimento Cognitivo Avançado (ACCA) do Serviço de Geriatria do HCFMUSP. Foram realizadas análises descritivas dos perfis de funcionalidade e correlações entre funcionalidade global, da deglutição e da comunicação dos sujeitos. RESULTADOS: 67% da amostra era do sexo feminino, com idade média de 83 anos, destros, com 4 anos de escolaridade média. Quanto ao diagnóstico, 34% da amostra foi diagnóticada com DA, 32% com demência mista (DA e DV), 21% com DV e 13% com demências menos frequentes. Em relação ao estadiamento da demência, a maioria dos sujeitos foi classificada com CDR 3 e MEEM-g 9, que corresponde a demência grave. Em média, os pacientes apresentaram cinco ou mais comorbidades associadas à demência, além de sintomas neuropsiquiátricos e neuropsicológicos. Quanto à avaliação fonoaudiológica estrutural dos órgãos fonoarticulatórios, 100% apresentou alteração nos mecanismos de contenção oral e 77% apresentou alteração de proteção das vias aéreas. Em relação a funcionalidade da deglutição, 92% da amostra pode receber dieta por via oral de forma segura, desde que observadas restrições e adaptações na dieta, além de estratégias compensatórias. Quanto à funcionalidade da comunicação, 38% não utilizaram linguagem funcional; 48% apresentaram expressão oral fragmentada com necessidade de o ouvinte/cuidador assumir a responsabilidade pela comunicação; em 14% a responsabilidade da comunicação foi compartilhada com o ouvinte. CONCLUSÃO: Foram traçadas as características do perfil, das alterações de deglutição e de comunicação dos sujeitos com comprometimento cognitivo avançado. Todavia, ainda que os perfis de deglutição e comunicação declinem conforme a funcionalidade global, na população estudada, não foi possível identificar associação entre o nível da FAST e a gravidade da disfagia ou da comunicação. O estudo contribuiu com dados sobre a funcionalidade da deglutição e da comunicação dos sujeitos com comprometimento cognitivo avançado, desconsiderados pelas tradicionais escalas de funcionalidade