Bases para o manejo da resistência de Bonagota salubricola e Grapholita molesta (Lepidoptera: Tortricidae) a inseticidas em pomares de macieira e pessegueiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Oscar Arnaldo Batista Neto e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-26072013-094223/
Resumo: A lagarta-enroladeira Bonagota salubricola (Meyrick, 1937) e a mariposa oriental Grapholita molesta (Busck, 1916) (Lepidoptera: Tortricidae) são duas das mais importantes pragas de frutíferas de clima temperado no Brasil. O manejo destes insetos-praga tem sido realizado quase que exclusivamente com inseticidas. Para a implementação de estratégias de manejo pró-ativo de resistência, é importante conhecer o estado atual de suscetibilidade destas espécies a inseticidas para detectar a resistência antes que se observem falhas no controle. Nas condições brasileiras, em regiões onde estes pomares são plantados próximos em algumas regiões, acredita-se que G. molesta disperse para a cultura da maçã após a colheita do pêssego, dependendo da proximidade espacial e temporal dos pomares. Portanto, este trabalho teve como objetivos, caracterizar a suscetibilidade de B. salubricola e G. molesta aos principais inseticidas recomendados para o controle e avaliar a estrutura genética de populações de G. molesta provenientes das culturas da macieira e pessegueiro no Brasil. A caracterização da suscetibilidade foi realizada com bioensaio de ingestão com tratamento superficial da dieta com inseticidas, utilizando-se lagartas neonatas provenientes de populações de B. salubricola coletadas em macieira no Estado do Rio Grande do Sul (safra 2011/12) e de G. molesta provenientes de pomares do Rio Grande do Sul (2010/11 e 2011/12), Santa Catarina (2010/11) e São Paulo (2010/11 e 2011/12). Não foram observadas diferenças na suscetibilidade de populações de campo de B. salubricola em relação à população suscetível de referência aos inseticidas chlorantraniliprole, phosmet, spinetoram, spinosad e tebufenozide, assim como não foram detectadas diferenças na suscetibilidade de populações de G. molesta a chlorantraniliprole, metaflumizone, novaluron, pyriproxyfen e spinetoram. Entretanto, foram verificadas diferenças significativas na sobrevivência de populações de B. salubricola ao novaluron (3,3% de sobrevivência) e de G. molesta aos inseticidas phosmet e tebufenozide, com 2,5 e 4,5% de sobrevivência, respectivamente. Portanto, a frequência de resistência de B. salubricola e G. molesta ainda é baixa aos inseticidas avaliados. Com base nos marcadores mitocondriais e microssatélites foi possível detectar estruturação genética significativa entre as populações de G. molesta que infestam as culturas da macieira e pessegueiro, com indicação de estruturação em função de hospedeiros (?ST = 0,198; P < 0,05) e da distância geográfica (r=0,545; valor de p<0,001). Em geral, a variabilidade genética de G. molesta foi bem distribuída nas regiões produtoras de maçã e pêssego e as barreiras geográficas, as condições edafoclimáticas e o manejo da praga parecem estar limitando o acasalamento entre os indivíduos das populações distintas avaliadas. Portanto, devido ao baixo fluxo gênico entre as populações de G. molesta, as estratégias de manejo da resistência podem ser implementadas no âmbito local para essa praga.