Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1999 |
Autor(a) principal: |
Botton, Marcos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20191220-130548/
|
Resumo: |
A macieira é uma das principais frutíferas de clima temperado produzidas no Brasil onde são cultivados cerca de 28.000 ha distribuídos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Dentre os insetos que atacam a cultura, a lagarta- enroladeira Bonagota cranaodes (Meyrick, 1937) (Lepidoptera: Tortricidae), destaca-se como uma das mais importantes causando perdas anuais de 3% a 5% da produção. A resposta dos machos de B. cranaodes a cinco concentrações do feromônio sexual sintético (E,Z, 3,5-12 Ac e Z9-16Ac, 9: 1) e o período de atratividade do composto a campo, foram avaliados em pomares de macieira do Sul do Brasil. Não foram obtidas diferenças significativas na captura de machos entre as doses de 0,25 a 3,0 μl/septo de borracha. A colocação de duas fêmeas virgens em gaiolas, no interior de armadilhas delta, resultou numa atração de machos quatro vezes superior ao feromônio sexual sintético. A concentração de 3 μl/septo de borracha permaneceu eficiente na captura de machos em pomares de macieira por três meses. Comparando-se as capturas de machos com feromônio sexual sintético (3 μl) a duas fêmeas virgens, durante os meses de fevereiro a agosto, obteve-se uma correlação significativa e positiva no número de machos capturados entre os dois atrativos, demonstrando que o feromônio sexual sintético é eficiente para detectar variações sazonais na população de B. cranaodes em pomares de macieira. As exigências térmicas da lagarta-enroladeira foram estimadas em laboratório, criando-se o inseto em dieta artificial nas temperaturas de 14, 18, 22 e 26°C, umidade relativa 70 ± 10% e fotofase de 14 horas. A temperatura base e a constante térmica para as fases de ovo, lagarta, pupa e ciclo-total (ovo-adulto) foram de 7,2 e 140; 7,1 e 410; 6,4 e 183 e 6,8°C e 745 GD. Com base nas exigências ténnicas, concluiu-se que a praga completa de 3 (São Joaquim, SC) a 4 (Fraiburgo, SC e Vacaria, RS) gerações por ano e de 2,4 a 3 gerações durante o ciclo vegetativo (outubro a abril) da cultura da macieira. A avaliação da flutuação populacional dos machos de B. cranaodes realizada através do feromônio sexual sintético em pomares de macieira, nas cultivares Gala e Fuji, indicou que os adultos são capturados durante todo o ano, inclusive no período de entressafra (maio-setembro), quando os insetos se desenvolvem em hospedeiros alternativos presentes nos pomares. Os parasitóides associados a lagarta-enroladeira e o índice de parasitismo em pomares comerciais foi avaliado em Vacaria, RS (28°30' S/50°54W) coletando-se as fases de desenvolvimento do inseto no período de janeiro a junho de 1997. Lagartas de B. cranaodes foram parasitadas por insetos da família Braconidae (Apanteles sp. e Earinus sp.) e Ichneumonidae (Itoplectis brasiliensis) sendo esta última, a espécie mais freqüente, com 51,7% dos indivíduos coletados. O índice médio de parasitismo foi de 1,7% com máximo de 6,3% na primeira quinzena de maio. Não foram encontrados parasitóides associados a fase de ovo de B. cranaodes. Com base nestas informações, verificou-se que o parasitismo não é um fator importante de mortalidade da lagarta-enroladeira nos pomares comerciais de macieira. O efeito do raleio de frutos de maçã sobre o dano provocado pela lagarta-enroladeira foi avaliado em pomares comercias das cultivares Fuji e Gala, em Vacaria, RS. Na colheita, através de amostragem, foi registrada a porcentagem de maçãs danificadas quando produzidas de forma isolada e naquelas provenientes de cachopas florais formadas por dois, tres e quatro frutos. Observou-se uma correlação significativa e positiva entre o número de frutos por cacho floral e a porcentagem de maçãs danificadas pelo inseto. Devido ao fato da cultivar Gala ser mais precoce (colheita em fevereiro), o dano médio observado foi significativamente inferior a Fuji, cuja colheita é mais tardia (abril). Frutos produzidos de forma isolada nos ramos florais foram significativamente menos danificados pela praga, indicando ser possível, através do raleio de frutos, reduzir os prejuízos causados pela lagarta-enroladeira nos pomares de macieira. Foram conduzidos experimentos de laboratório e de campo visando selecionar os melhores inseticidas para o controle de B. cranaodes em pomares de macieira. Clorpirifós-etil (Lorsban 480 CE - 72 g i.a./100 L de água), metidatiom (Supracid 400 - 60 g i.a/100 L), fosmet (Imidan 50 PM - 100 g i.a./100 L), triclorfom (Dipterex 500 - 150 g i.a./100 L), tebufenozide (Mimic 240 SC - 21,6 g i.a./100 L), fenitrotiom (Sumithion 500 CE - 75 g i.a./100 L) e carbaril (Sevin 850 PM - 153 g i.a./100 L) foram avaliados na cultivar Fuji. No laboratório, todos os inseticidas provocaram 100 % de mortalidade em lagartas do primeiro ínstar. No entanto, lagartas de 4-5° ínstar foram menos sensíveis aos inseticidas sendo controladas de forma satisfatória somente usando clorpirifós-etil, tebufenozide e triclorfom. A campo, o dano causado aos frutos foi significativamente reduzido por todos os inseticidas, após tres aplicações realizadas a intervalos de 21 dias. Em pomar comercial de macieira, duas aplicações do inseticida clorpirifós-etil após os picos de captura dos machos em armadilhas de feromônio sexual resultaram em menos de 1% de frutos danificados por lagartas de B. cranaodes na colheita. No mesmo pomar, duas aplicações de tebufenozide resultaram em 4,6% de dano comparado com 9,8% na testemunha. O efeito do armazenamento em baixa temperatura (0,5 ± 0,5°C) como método para desinfestar maçãs contendo lagartas de B. cranaodes foi avaliada em câmaras com atmosfera convencional e controlada (2 a 2,2 %C02; 1,4 a 1,8 O2). As lagartas (4-5° ínstar) foram colocados no interior de potes plásticos (4 L) contendo maçãs da cultivar Gala, avaliando-se a mortalidade aos 4, 7, 10, 14, 19, 25 e 30 dias após o armazenamento. Foi observado um aumento na mortalidade do inseto proporcional ao tempo de armazenamento. Após um período de 25 dias, observou-se completa mortalidade das lagartas. Não foram observadas diferenças significativas na taxa de mortalidade das lagartas entre tratamentos em função do tempo de armazenamento. |