Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Diaz, Ana Claudia Marques Barbosa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-17042023-141814/
|
Resumo: |
A hepatite C é reconhecidamente um desafio internacional de saúde pública e sua erradicação constitui meta bem estabelecida pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. Está incontestavelmente associada a doenças hematológicas, tanto no contexto de manifestações extra-hepáticas quanto de transmissibilidade por meio de suporte hemoterápico, e pode ser direta ou indiretamente implicada no desenvolvimento de complicações hepáticas, contribuindo para o aumento da complexidade de TCTH. Mudanças recentes no seu comportamento epidemiológico mediadas pelo aperfeiçoamento do diagnóstico, da qualidade e da segurança transfusional e das terapias antivirais vem impactando na sua prevalência, especificamente entre receptores de TCTH. O objetivo desse estudo foi redimensionar a frequência do agravo nessa população e avaliar suas consequências entre os infectados pelo HCV. Trata-se de estudo com desenho duplo: numa primeira etapa, com um desenho transversal, retrospectivo e descritivo e, numa segunda etapa, com um desenho de coorte, retrospectivo e descritivo. Na primeira etapa, determinou-se a prevalência pré-transplante de doenças transmitidas por sangue, particularmente da hepatite C, entre pacientes hematológicos submetidos a TCTH no HC-FMUSP de janeiro de 2010 a janeiro de 2020. Na segunda etapa, avaliaram-se as características demográficas e clínicas, seguimento e desfecho terapêutico de indivíduos com sorologia reagente e/ou viremia detectada para HCV identificados nessa população. No período avaliado, foram realizados 1370 TCTH, sendo 1033 procedimentos autólogos. Foram admitidos no estudo 1258 pacientes, após exclusão de 71 transplantes duplicados por receptor, 35 e 6 pacientes com doenças não hematológicas e sem marcadores para o HCV, respectivamente. As soroprevalências de doenças transmissíveis por sangue foram de 0,56% para HCV, 0,72% para HBV, 1,11% para HIV, 0,56% para HTLV 1 e 2, 1,94% para Sífilis e 0,66% para doença de Chagas. Foram identificados 7 pacientes com sorologia reagente para hepatite C, 4 deles com doenças hematológicas possivelmente relacionadas a manifestações extra-hepáticas e 5 efetivamente virêmicos. Três pacientes evoluíram com disfunção hepática no pós-TCTH, um deles com provável SOS essencialmente associada à infecção crônica pelo HCV. Dos 5 pacientes virêmicos, 4 foram submetidos a retratamento com drogas antivirais de ação direta após falência terapêutica e eventos adversos documentados em terapia prévia baseada em interferon, atingindo altos índices de resposta virológica. Não foram computados óbitos, tanto de causa hematológica quanto hepática, entre os pacientes infectados pelo HCV. Em conclusão, o estudo sinaliza para o debate de questões valiosas sobre a prevalência e o desfecho de hepatite C entre pacientes hematológicos submetidos a TCTH na atualidade como a frequência reduzida do agravo na população avaliada e seu risco aparentemente semelhante ao da população geral adulta brasileira, a necessária manutenção da rotina diagnóstica da doença para seu apropriado manejo terapêutico e as excelentes perspectivas de erradicação virológica com as terapias antivirais disponíveis, demandando análises multicêntricas complementares para validação dos seus achados |