Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1975 |
Autor(a) principal: |
Parra, José Roberto Postali |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20210104-154744/
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Resumo: |
Estudou-se a flutuação dos danos causados por P. coffeella em populações de Coffea arabica L., conduzidas em diferentes formas e espaçamentos, e sua associação com variáveis meteorológicas. Foram analisados outros fatores locais que pudessem afetar a população da praga, e discutidos métodos de amostragem. As observações foram efetuadas em lotes de progênies de burbom-amarelo (conduzidos a livre crescimento e recepados) e catuaí, em Pindorama (SP), e em mundo-novo em tris espaçamentos (4 X 2, 3 X 2 e 2 X 1 m) em Campinas (SP). As amostragens para avaliar a infestação foram realizadas em diferentes alturas da planta nas exposições norte, sul, leste e oeste. As variáveis meteorológicas (temperatura média compensada, média das máximas e mínimas, máxima e mínima absoluta (?C), precipitação pluvial (mm) e insolação (horas) foram obtidas de postos agrometeorológicos situados a 300 metros, aproximadamente, dos lotes experimentais, para ambas as regiões. Em virtude de o ataque de P. coffeella provocar queda de folhas, alterando o resultado da análise, as correlações entre os níveis de infestação e as variáveis climáticas foram realizadas desde início da infestação até seu ponto máximo. Como ocorreram, durante o período de estudo (maio de 1972-fevereiro de 1974), três picos de infestação para Campinas e Pindorama, foram realizadas três análises para cada local. O nível de infestação foi correlacionado com um período anterior de dados climáticos (P), com dois (P + 1) e três períodos (P + 2). Pôde-se observar que, nos locais estudados, os níveis máximos de infestação foram praticamente iguais nos períodos secos e chuvosos do ano. Em Campinas, a variedade mundo-novo, conduzida no espaçamento de 4 X 2 metros, foi a mais atacada pelo inseto. Em Pindorama, as progênies de burbom-amarelo recepado e catuaí não diferiram quanto ao ataque do bicho-mineiro, sendo a variedade burbom-amarelo conduzida a livre crescimento, a menos danificada pelo inseto, Apesar de terem sido notadas essas diferenças em função das condições microclimáticas criadas pelas culturas com diferentes densidades foliares, a tendência das curvas de infestação foi igual para as diferentes condições analisadas, notando-se apenas que em Pindorama os acmes antecederam os de Campinas. Entretanto, de modo geral, a infestação do bicho-mineiro sempre foi maior na parte alta da planta, onde se observaram nos cafeeiros mais espaçados (catuaí, para Pindorama, e mundo-novo 4 X 2 e 3 X 2 metros, para Campinas), diferenças de infestação nas faces da planta: a norte e a este foram mais afetadas pela praga. A porcentagem de folhas infestadas em Campinas apresentou-se correlacionada negativamente com média das máximas e máxima absoluta (?C), enquanto em Pindorama o maior coeficiente de correlação foi aquele entre a porcentagem de infestação e média das máximas, embora tenha havido correlação negativa com as temperaturas média, média das máximas e mínimas, e máxima e mínima absoluta. A precipitação pluvial (mm) e a insolação (horas) não tiveram nenhuma influência na evolução dos danos causados por P. coffeella. A fim de avaliar os prejuízos causados por P. coffeella, foi proposta uma escala de notas de um a cinco, que se mostrou válida, nas presentes condições experimentais. Foram amostradas lagartas (através de coleta de folhas), crisálidas (contadas nos ramos marcados) e adultos (armadilha de sucção), sendo estes últimos coletados somente em Campinas. As crisálidas tiveram preferência pela parte baixa da planta, com 81,76% e 84,55% do total daquelas amostradas, concentrando-se na saia do cafeeiro, em Campinas e Pindorama, respectivamente. Assim, elas estiveram correlacionadas em ambas as regiões de maneira positiva com precipitação pluvial, embora estivessem também correlacionadas positivamente com mínima absoluta (?C) em Campinas e negativamente com insolação em Pindorama. Os adultos estiveram correlacionados negativamente com temperatura (?C) e precipitação pluvial (mm) e, positivamente, com evaporação (mm) e insolação (horas), quando os dados climáticos foram tomados cinco dias antes de cada contagem. Os adultos têm preferência para voar entre as quinze horas e as seis da manhã, e, baseando-se nas necessidades térmicas, devem apresentar no mínimo nove gerações em um ano, com picos populacionais sucessivos. Entre outros fatores locais, que podem alterar o comportamento de P. coffeella, a época de ataque, através da simulação de danos, mostrou que quando a infestação ocorre na fase construtiva do cafeeiro, há necessidade de maiores reduções de área foliar para que os prejuízos sejam maiores, enquanto, se ocorre no início da fase chuvosa (fase construtiva) desde 25% de redução, os danos atingem 39,22%, diferindo muito pouco do tratamento com 75% de redução. Foram coletadas espécies de ervas daninhas que hospedavam crisálidas de P. coffeella, sendo que Emilia sonchifolia (L.) DC, (falsa-serralha) apresentou rasgaduras provocadas pelas lagartas do bicho-mineiro. Encontraram-se parasitas pertencentes às famílias Braconidae e Eulophidae, com predominância dos primeiros. As duas espécies de braconídeos Mirax sp. e Colaster letifer (Mann, 1872), foram pela primeira vez referidos sobre P. coffeella no Brasil. Pôde-se observar que a influência do estado nutricional da planta, no ataque de P. coffeella, depende da época do ano. Na seca, a presença de nitrogênio (N) e potássio (K) levou a um menor ataque do bichomineiro. Na época chuvosa, não houve influência do N, enquanto o fósforo (P) provocou aumento da praga e, o potássio (K), diminuição dela. Os micronutrientes boro e zinco, nas duas épocas, não tiveram efeito sobre a praga. |