Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Alexandre de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/91131/tde-20231122-093533/
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Resumo: |
No Brasil, notável mortalidade de aves silvestres causada pela ingestão de sementes de trigo, milho e de arroz tratadas com o inseticida e nematicida Carbofuran durante o plantio, tem chamado atenção de produtores e empresas agrícolas. Com o objetivo de mitigar impactos adversos à vida silvestre causados pela ingestão por aves de sementes tratadas com agrotóxicos, o método de camuflagem de sementes foi testado em relação a demais formas de mitigação de impacto conhecidas. Experimentos com coloração e textura de sementes, de consumo em cativeiro, de germinação de sementes, de toxidade de produtos químicos, de consumo no campo em diferentes escalas de tamanho, de remoção de sementes e em máquinas de tratamento, fundamentaram o desenvolvimento do método de camuflagem de sementes. Durante a experimentação de campo em São Paulo, Paraná e Goiás, documentaram-se impactos da intoxicação da fauna silvestre causados pela ingestão de agrotóxicos. Columbidae e Icterinae representaram o maior número de vítimas. O frequente registro de aves predadoras intoxicadas e evidências de consumo por mamíferos de aves envenenadas, confirmam para o Brasil, alertas reportados pela literatura internacional. Em sete experimentos de plantio de trigo e arroz, utilizando 22,396 toneladas de sementes plantadas em 159,6 hectares; a mortalidade de aves variou de zero a 311 vítimas; totalizando 786 indivíduos; distribuídos em 15 espécies. Um intervalo de confiança gerado pela técnica Jackknife estimou para plantios desta ordem de grandeza, mortalidade entre 274 < 786 < 921 aves. Tais resultados dimensionam a gravidade do impacto, refletindo a influência de fatores na variação da mortalidade, os quais foram documentados e discutidos. Outros métodos de mitigação como sementes azuis aversivas, sementes de cor creme e repelentes gustativos: Panoctine, Carbosulfan e Mesurol, não foram mais eficientes em relação à camuflagem de sementes que, por apresentar relativa eficácia de mitigação, não afetar negativamente a germinação de sementes, não ofender preceitos humanitários, ser de baixo custo operacional e financeiro e adaptar-se às máquinas de tratamento representa alternativa adequada para minimizar a mortalidade de aves, devendo ser incentivado. A experimentação revelou que os melhores ingredientes para criar coberturas camufladas para sementes foram: i) corante em pó, cola branca e água; ii) corante em pó e água; iii) corante em pó, solo e água; iv) corante em pó, corante líquido e água; sendo que a camuflagem caseira teve eficiência similar à camuflagem industrializada. O corante Rodamina B, utilizado para indicar sementes tratadas com agrotóxicos foi tóxico para pardais, causando mortes e para codornas, provocando descalcificações de ovos. Por ser tóxico e de cor avermelhada atrativa às aves, o uso da Rodamina B deve ser evitado. Se sementes tratadas com agrotóxicos devem por lei receber coloração diferenciada da natural, a fim de evitar acidentes, a coloração atribuída pela camuflagem deve ser encorajada. Os resultados desta pesquisa, analisados à luz da Biologia de Conservação, fornecem importantes subsídios para que leis de plantio sejam revistas e alteradas, pois os modos usuais de emprego do Carbofuran e da Rodamina B em plantios de trigo, milho e arroz são conflitantes com a legislação. |