A utilização das colinesterases na avaliação da exposição humana a agrotóxicos. Novas perspectivas para antigas ferramentas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Oliveira-Silva, Jefferson José
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-20032020-171924/
Resumo: O monitoramento ocupacional é a principal ferramenta para evitar ou interromper a exposição excessiva a agrotóxicos. Dentre os agrotóxicos, os anticolinesterásicos têm causado o maior número de intoxicações. O diagnóstico de exposição aos agentes anticolinesterásicos consiste na determinação das atividades sanguíneas de butirilcolinesterase (BChE) e acetilcolinesterase (AChE). Neste estudo, foram comparadas a sensibilidade e a estabilidade de um método que utiliza amostras congeladas de sangue (Oliveira-Silva) com outros que utilizam amostras frescas (Magnotti e Lovibond), através da adição in vitro de etil-paraoxon e aldicarb, possibilitando assim o monitoramento em áreas distantes, com a qualidade de laboratórios de referência. Subseqüentemente, foram avaliadas as variáveis: intervalo entre a exposição e a coleta das amostras, impacto da adoção de diferentes valores de referência (valor médio da população [-30%] ou [-1,6425 SD] ou individual antes da exposição) e sazonalidade da exposição. Nesta etapa, foram avaliados 56 trabalhadores durante nove meses, em intervalos de 15 a 20 dias, onde foram determinadas as atividades de AChE e BChE. Os valores de referência da população foram obtidos de indivíduos não expostos (n=76). Nossos resultados apresentaram uma maior sensibilidade do método de Oliveira-Silva em relação aos demais, sem demonstrar reversibilidade das inibições pelo congelamento. Foi constatada a exposição excessiva em 34% dos trabalhadores, utilizando-se como referência as atividades anteriores a exposição. Foram observadas alterações atípicas da BChE (ampliadas) de 11-20 dias após a exposição (113.8% ± 13.3), evidenciando um \"efeito compensatório\" na produção de BChE. Quanto a sazonalidade, foi observada uma variação de 0-38% de exposição dependendo do período agrícola. Os resultados confirmam a utilidade destes indicadores de exposição, desde que respeitado o intervalo entre o contato com o agrotóxico e a coleta da amostra, além do período agrícola. Foram demonstrados ainda elevados índices de resultados falso positivos e negativos utilizando outros valores de referência que não o do próprio indivíduo.