Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Paixão, Jenaine Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-09092021-141139/
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Resumo: |
INTRODUÇÂO Dentre as opções de terapia renal substitutiva disponíveis atualmente, o transplante renal apresenta melhores resultados em termos de sobrevida, qualidade de vida e menores custos. Entretanto, a escassez de órgãos e o número crescente de pacientes com DRC contribuem para o aumento do tempo de espera em lista, com elevadas taxas de mortalidade desses pacientes. Em comparação com os pacientes não sensibilizados, aqueles com anticorpos anti-HLA apresentam uma desvantagem significativa no sistema de alocação, permanecendo na lista de espera por mais tempo, com altas taxas de mortalidade e morbidade, principalmente em países onde não há sistema de alocação específico para pacientes altamente sensibilizados. A redução dos anticorpos anti-HLA, por meio de tratamento imunomodulador, mostrou-se eficiente e segura nos transplantes com doadores vivos. Os resultados da adoção de apenas IVIG para aumentar o acesso a transplantes com doador falecido em pacientes altamente sensibilizados são mostrados aqui. PACIENTES E MÉTODOS: esta análise retrospectiva avaliou pacientes sensibilizados, inscritos para transplante renal com um doador falecido, apresentando muitos CDC-XM positivos de células T e / ou B no WL e que foram submetidos a um protocolo de dessensibilização (DS), usando IVIg 2g / kg / mês, de janeiro de 2003 a dezembro de 2013, e seguido ao longo de 58,9 ± 22,9 meses. Os pacientes estavam em terapia de substituição renal por uma média de 91 ± 60 meses, quando IVIg foi iniciado. Os transplantes foram liberados com o primeiro doador apresentando CDC-XM de células T e B negativas. RESULTADOS: Dos 45 pacientes avaliados, 6 pacientes foram excluídos (3 pacientes obtiveram doador vivo e 3 não completaram o mínimo de três doses de IVIG). Dos 39 pacientes restantes, 14 (35,9%) foram transplantados no seguimento médio de 58,9 ± 22,9 meses, 9 (64,3%) apresentando anticorpos específicos do doador A, B ou DR (DSA). O tempo médio no WL antes do MD foi de 75 ± 41 meses e após o MD foi de 20 ± 11 meses (p <0,01) para aqueles que vão ser transplantados. A terapia com IVIg resultou em uma diminuição na classe média I (78,38 ± 25,99 vs. 69,54 ± 31,18, p = 0,0074) e na classe II (74,36 ± 27,50 vs. 61,79 ± 36,26, p = 0,04). Houve uma diminuição significativa no número de anticorpos anti-HLA antes e após DS: em MFI até 1500 (10,67 ± 10,60 a 3,67 ± 8,57, p = 0,0002) e em MFI entre 5000 e 10000 (16,9 ± 10,8 a 13,2 ± 11,2, p = 0,004). O número médio de infusões IVIg foi de 10 ± 11 durante o seguimento. Houve uma redução significativa no DSA imune dominante (iDSA) dos pacientes que transplantaram com anticorpos anti-doador específicos (3615,33 ± 1514 vs. 2020 ± 1299, p = 0,03). Pacientes com prioridade de transplante por falha de acesso para diálise apresentaram maiores taxas de transplante do que aqueles sem prioridade: 70% vs 21% (p <0,003). O seguimento médio após o transplante foi de 18,18 ± 16,67 meses. Em 60 meses, não diferença entre a sobrevida dos pacientes que transplantaram e a dos que permaneceram em lista: 71,43% vs 77%, p=0320.Em ambos os grupos, a principal causa de óbito foi sepse relacionada ao acesso para diálise (71% no grupo 1 e 67% no grupo 2). A sobrevida dos pacientes que transplantaram foi de 93%, 85,71% e 78,57% no 1?, 2? e 3? ano consecutivamente. A sobrevida do enxerto censurada para óbito foi de 100% em 2 anos e 76,36% em 3 anos, sendo a nefropatia por BK (60%) a principal causa de perda de enxerto. A taxa de RAMA foi de 35,71% (tratados com aférese, Rituximabe e IVIG) com apenas 1 perda do enxerto devido à RCMA após 51 meses. Apenas os pacientes que foram enxertados com 2 ou mais DSA apresentaram ABMR (100 x 0%, p <0,02). A função renal (MDRD) foi semelhante em pacientes que progrediram com e sem rejeição. Não ocorreram efeitos colaterais graves relacionados ao uso de IVIg. CONCLUSÕES: Em resumo, propõe-se que a dessensibilização, utilizando apenas IVIg, é eficaz e segura na redução de anticorpos anti-HLA, reduzindo o tempo de espera para o transplante renal em pacientes altamente sensibilizados e sem perspectiva de um transplante com doador vivo, especialmente quando o paciente encontra-se priorizado em lista para transplante. |