Bem-estar em doadores renais antes e após a doação renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Altran, Thainá Dejavite Previatto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/205045
Resumo: O transplante renal tem sido considerado como a melhor alternativa de tratamento para pacientes com doença renal crônica, podendo ser realizado com dois tipos de doadores, falecido ou vivo. Sabe-se que, os benefícios dispensados ao receptor pelo transplante com doador vivo e os riscos físicos acerca da doação são bem explorados, porém, são escassos estudos que abordam o bem-estar de doadores renais. Objetivo: Comparar os aspectos psicossociais combinados (ansiedade, depressão, apoio social e qualidade de vida), denominados escore de bem-estar, dos doadores renais antes da nefrectomia, após 3 e 12 meses da doação renal. Materiais e Métodos: Tratou-se de um estudo longitudinal, prospectivo e comparative, desenvolvido em um Hospital de Transplantes Terciário, com doadores renais cujas as doações ocorreram entre março de 2019 a março de 2020, quando a realização dos transplantes intervivos foi prejudicada pela pandemia. Foram aplicados os seguintes instrumentos padronizados: Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), Medical Outcomes Study (MOS), Teste de Triagem do Envolvimento com Bebidas Alcóolicas, Cigarro e Fármacos (ASSIST) e Short Form Health Survey (SF-36). O bem-estar foi definido com a média de pontuação dos questionários normatizados para uma escala de 0 a 100 pontos. Foi feita a média do SF-36 e do MOS subtraído da média do BDI e IDATE. Para a análise dos dados, foi utilizada análise exploratória com a descrição das características da amostra de doadores renais quanto às características psicossociais e as medidas repetidas foram somadas no escore de bem-estar e comparadas ao longo do tempo com a análise de modelos lineares mistos. A variável dependente foi a medida do desfecho e o tempo foi usado como fator fixo. Foi adicionado um slope randômico para cada caso individual. A análise de cada escore individual foi analisada pelo teste de Kruskall-Wallis, porém, foi considerada desfecho secundário exploratório para evitar o erro das múltiplas comparações. Foi utilizado o software R versão 3.4.2. O nível de significância estatística foi p<0.05. Resultados: Foram analisados 22 doadores, sendo que destes, 13 deles completaram a terceira avaliação (12m). Tratou-se de uma população de idade média aproximada de 40 anos sendo os irmãos os principais doadores. No desfecho primário, nota-se uma tendência a uma redução do bem-estar aos três meses (-5.37 pontos, p=0.06), com normalização ao fim de 12 meses (-3.57 pontos, p=0.28). Na análise de subgrupo dos doadores, têm-se um total 59.1% dos daqueles que não tiveram eventos após a doação. Todavia, quatro doadores (18.2%) perderam o emprego possivelmente relacionado ao afastamento pela doação. Três doadores (13.6%) foram avaliados durante a pandemia. Dois receptores (9.1%) tiveram eventos desfavoráveis. A análise dos doadores separados pelos eventos (pandemia, desemprego, evolução desfavorável) mostrou que os doadores que tiveram eventos foram os que tiveram redução do escore de bem-estar. A presença de evento no doador (agrupando todas as categorias) mostrou uma queda do escore de bem-estar de -5.97 pontos, p=0.046. Conclusão: A doação renal foi segura com relação ao bem estar do doador após 12 meses, apesar da identificação de um grupo de doadores de maior risco que podem apresentar algum prejuízo do seu bem-estar após a doação. Esses doadores devem ser mais bem avaliados em estudos futuros.