Durabilidade após implante de bioprótese aórtica transcateter: incidência e preditores de deterioração estrutural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Campelo Neto, Pedro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-08022022-142326/
Resumo: Introdução: O implante valvar aórtico percutâneo (TAVI - transcatheter aortic valve implantation) se estabeleceu como o tratamento mais indicado para pacientes com estenose aórtica (EA) severa sintomática de alto ou proibitivo risco cirúrgico. Estudos recentes demonstraram não-inferioridade ou superioridade para TAVI em relação à cirurgia tradicional em pacientes de risco intermediário e baixo. Em razão da alta mortalidade de pacientes idosos e de alto risco, associada ao fato de que a deterioração raramente ocorre nos primeiros anos, pouco ainda se sabe sobre a durabilidade do TAVI. Com a expansão de suas indicações a pacientes mais jovens e com menor risco cirúrgico, faz-se necessário conhecer melhor a incidência de deterioração protética e prognóstico ao longo dos anos. Os objetivos deste estudo são descrever a evolução do perfil hemodinâmico e a durabilidade da bioprótese nos pacientes submetidos ao TAVI. Além disso, identificar fatores de risco independentes para deterioração valvar relacionados a características clínicas e do procedimento. Metodologia: Pesquisa observacional, longitudinal, com análise retrospectiva de banco de dados de pacientes com diagnóstico de EA sintomática submetidos ao TAVI no período de dezembro de 2009 até outubro de 2017, em dois centros nacionais. Foram selecionados pacientes sobreviventes e sem insucesso do procedimento em até 30 dias do TAVI, e acompanhados através de seguimento clínico e ecocardiográfico sistemático. Utilizamos as definições para deterioração estrutural (SVD structural valve deterioration) e falência de prótese (BVF bioprosthetic valve failure) publicadas pelo consenso da European Association of Percutaneous Cardiovascular Interventions (EAPCI), European Society of Cardiology (ESC) e European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Resultados: Obtivemos dados iniciais de 318 pacientes, com média de idade de 81,9 ± 7,1 anos, sendo 54,7% (n=174) mulheres. A média do Euroscore II foi de 7,4±5,9% e o STS (Society of Thoracic Surgeons) de 6,4 ± 5,8%. Após seguimento médio de 25,4 meses, e 28 (8,89%) pacientes apresentaram SVD, e 2 (0,63%) pacientes com BVF. O gradiente pressórico médio reduziu de 52,9 ± 15 mmHg (pré-TAVI) para 10,4 ± 4,8 mmHg (pós-TAVI) (p<0,001), e manteve-se estável ao longo do tempo. Área valvar aórtica aumentou de 0,7 ± 18 para 1,9 ± 0,3 cm² após TAVI (p<0,001), e em nossa amostra teve leve redução ao longo do tempo. Em análise univariada, o uso de bioprótese balão expansível (p < 0,001), gradiente aórtico médio prévio (p = 0,026) e ausência de pós dilatação (p = 0,013) se associaram com SVD. O uso de prótese balão expansível (p = 0,001) foi preditor de SVD em análise multivariada. Conclusões: O seguimento após TAVI mostrou favorável performance hemodinâmica, com baixas taxas de deterioração valvar e falência de prótese em nossa população selecionada. Fatores clínicos e de procedimento estão relacionados à deterioração estrutural.