Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Aires, Juliana Machado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-26062024-113551/
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Resumo: |
As leishmanioses são zoonoses que afetam pele, mucosas ou vísceras, resultantes do parasitismo dos macrófagos pelo protozoário do gênero Leishmania, inoculado no organismo pela picada de flebótomos. Na região de Ribeirão Preto, há registro de casos autóctones de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), sendo Leishmania Viannia braziliensis e Leishmania Leishmania amazonensis as espécies implicadas, e Lutzomyia neivai seu vetor. Maxadilan (Max) é um peptídeo, presente na saliva de Lu. longipalpis, vetor da leishmaniose sistêmica ou calazar. Durante o repasto sanguíneo, seus mecanismos de vasodilatação e imunomodulação promovem campo perfeito para injeção do parasito no hospedeiro, produzindo resposta inflamatória mínima local. Sua capacidade imunomodulatória, desviando a resposta Th1 para Th2, implicam-no como fator de promoção da infecção. Diante destas evidências, Max (proteína e cDNA) tem sido empregado em vacina experimental para leishmaniose, conferindo proteção contra a infecção. Como a expressão de Max se limita exclusivamente a Lu. longipalpis, teve-se por objetivos: 1) detectar anticorpos anti-Max em soro de pacientes com LTA e 2) verificar a expressão do gene e da proteína Max em Lu. neivai, vetor na região estudada. Anticorpos anti-Max foram detectados por ELISA no soro de 41 pacientes com LTA e 63 controles. A extração de proteínas, DNA e RNA de Lu. longipalpis e Lu. neivai foi realizada pelo método Trizol. A detecção de proteínas foi feita por eletroforese. Para a detecção da proteína Max em ambos os vetores foram realizados Dot Blot e Immunoblotting (IB), utilizando-se soros de coelho imunizado contra Max, soros de coelhos sadios de biotério, e soros de pacientes com LTA e controles. A amplificação do gene Max foi feita por PCR-RFLP com primers específicos, e digestão com as enzimas Hha I e Rsa I, além do seqüenciamento do DNA. A expressão do gene Max foi obtida por RT-PCR. Títulos maiores de anticorpos anti-Max foram observados na LTA (p=0,0043). A eletroforese mostrou frações protéicas semelhantes para os dois vetores. A fração de peso molecular similar à proteína Max foi confirmada por IB com soro de coelho imunizado. Os grupos LTA, controles e coelhos de biotério apresentaram anticorpos contra proteínas de Lu. longipalpis e de Lu. neivai por Dot blot, inferindo-se serem anticorpos anti-Max. A amplificação de fragmento do gene Max, em amostra de Lu. neivai, foi confirmada por PCR-RFLP, e seu seqüenciamento mostrou 66,5% de homologia com o gene de Lu. longipalpis. A RT-PCR mostrou amplificação do cDNA da amostra de Lu. neivai, confirmando que o gene Max guarda homologia quando expresso em Lu. neivai. Presença de anti-Max nos grupos estudados tornou imprescindível a pesquisa de Max no vetor da LTA da região, registrando pela primeira vez a expressão protéica e gênica de Max símile em Lu. neivai. A detecção de anti-Max em controles e em animais de laboratório confirma exposição natural a picadas de flebótomos. Títulos de anti-Max maiores na LTA sugerem que exposição prévia e natural à picada e, conseqüentemente, à proteína Max, não protege contra a evolução da doença, desfavorecendo seu emprego isolado em vacinação. |