Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Balieiro, Mauro Campos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-19052009-102416/
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Resumo: |
A influência da cultura como variável independente associada a processos de sofrimento fisiológico e psicológico tem sido apontada com freqüência na literatura. Os principais problemas desse tipo de estudo referem-se a questões de ordem conceitual e metodológica. O conceito de consonância cultural tem sido proposto como alternativa a esses problemas. Consonância cultural se refere ao grau em que cada indivíduo aproxima seu próprio comportamento ou suas crenças e pensamentos do protótipo de crenças e comportamentos codificados em modelos culturais compartilhados. O objetivo deste trabalho é analisar as correlações entre consonância cultural e depressão, avaliadas em dois períodos de tempo distintos, com intervalo de dois anos entre a primeira e a segunda aplicação. Foram examinados em um primeiro momento, 271 sujeitos, distribuídos entre quatro bairros estratificados sócio-economicamente de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Todos os sujeitos foram novamente convidados a participar da pesquisa dois anos após a primeira aplicação, e 210 concordaram, perfazendo este o total de sujeitos da segunda amostra, o que equivale a 77,5% de participação no estudo de seguimento. Escalas de consonância cultural de quatro domínios culturais foram aplicadas nos dois períodos de tempo, estilo de vida (CCEV, CCEV2), suporte social (CCSS, CCSS2), vida familiar (CCVF, CCVF2) e características nacionais (CCCN, CCCN2), além de uma escala de depressão, também aplicada nos dois períodos (CES-D, CES-D2). Com o intuito de controlar os efeitos de consonância cultural sobre depressão foi incluído no seguimento uma medida de eventos vitais. Os resultados obtidos por intermédio da análise de correlação de Pearson demonstraram correlações entre todas as escalas de consonância cultural CCEV x CCEV2 (r = ,815), CCSS x CCSS2 (r = ,569), CCVF x CCVF2 (r = ,647), CCCN x CCCN2 (r = ,604), todas estas correlações apresentaram um nível de significância de p<0,01. A correlação entre CES-D x CES-D2 (r = ,622) apresentou um nível de significância de p<0,01. Encontramos correlações entre consonância cultural e depressão nos dois períodos de tempo. Quando considerados os domínios culturais de estilo de vida, suporte social e vida familiar, a direção nos apontou para o entendimento de que quanto maior a consonância cultural nestes domínios, menores os valores para depressão. Em outro sentido, quando o domínio cultural estudado foi o de características nacionais, os resultados apontam para outra direção, indicando que quanto maiores forem os valores de consonância cultural neste domínio, maior será também os valores para depressão. Controlando os resultados por eventos vitais importantes observou-se um efeito de consonância cultural sobre depressão nos domínios culturais de estilo de vida (r = -,355), vida familiar (r = -,308) e características nacionais (r = ,250), com níveis de significância para estilo de vida e vida familiar de p<0,01 e para características nacionais de p<0,05. Um fator geral de consonância cultural foi calculado e sua correlação com depressão, controlando por eventos vitais, verificada (r = -,267) com nível de significância de p<0,05. Estes resultados sugerem a consonância cultural como uma variável independente associada à depressão na comunidade (r2 = ,071), podendo explicar entre 5% e 10% desta distribuição. O modelo teórico e empírico de consonância cultural se apresenta como alternativa profícua para estudos na comunidade e se insere de forma importante na agenda de estudos sobre a relação entre cultura e depressão. |