Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Hirose, Chie |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-22122011-092721/
|
Resumo: |
Este trabalho discute valores pedagógicos associados ao corpo na tradição oriental, em diálogo com o pensamento filosófico do Ocidente. Discute uma concepção abrangente de corpo, sugerida pela antiga palavra japonesa Mi () em relação com a Cerimônia do Chá (Chanoyu)(), uma instituição que, de certo modo, resume em si a visão oriental de educação (Zen, Tao, ritos, corpo na educação etc.). Este é precisamente o método da antropologia filosófica segundo Josef Pieper (método que assumimos nesta tese): já que não se dá acesso direto ao ser do homem, mas só por caminhos indiretos, a partir de instituições, linguagem (comum) e seus modos de agir. Além do Chanoyu (neste trabalho, mera referência e não uma proposta curricular), a língua japonesa oferece também importantes indicações para a Antropologia: particularmente a palavra Mi, que aponta para um corpo expandido, relacional, e transcendente (em oposição ao corpo fragmentado, isolado proposto pela moderna filosofia ocidental desde Descartes , realidade estanque na dicotomia mente/corpo). O Chanoyu remete ao Chado (caminho do chá) (), todo um estilo de vida, com seus valores pedagógicos: voltar-se e abrir-se para o Outro, generosidade, reverência, criatividade e espontaneidade, sintonia com a natureza, ligação com a sabedoria histórica, contemplação etc. Também esses valores só podem ser acessados de modo indireto. E são especialmente importantes quando a maior parte de nossa cultura escolar contemporânea ocidental (tendência que se faz presente também no moderno Oriente) enfatiza e estimula habilidades e objetivos racionais, obtidos por meio de procedimentos operacionais, deixando pouco espaço para os valores tradicionais do Oriente: dom, voz média, ritos, educação do fingir (na qual o corpo age sobre o espírito) etc. (valores que também pertencem à tradição ocidental antiga e medieval: examinamos o caso de Tomás de Aquino). A educação propiciada pela experiência integrada: corpo que pensa mente que sente, emerge em contínua interação humana e em face da natureza. Daí a conexão com os principais valores do Chado: harmonia ( wa), respeito ( kei), pureza ( sei) e tranquilidade ( jaku). Além do wabi. Ao discutir esses temas, uma ferramenta metodológica importante nos é dada pelo pensamento confundente. Nossas conclusões apontam para uma concepção de educação na qual a dicotomia mente / corpo deve ser substituída por uma educação integrada para um ser integrado. O Chanoyu oferece um caminho. |