Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Franceschini, Pedro Augusto da Costa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-18122013-125346/
|
Resumo: |
A presente dissertação busca situar o pensamento de Hölderlin em relação à filosofia do idealismo alemão, na maneira pela qual propõe uma solução poética para algumas questões levantadas pela filosofia de seu tempo. Partindo da mesma exigência de reunir sujeito e objeto em um fundamento absoluto, o poeta procura um princípio unificador que supere as cisões deixadas pela filosofia crítica em uma reflexão que desloca de maneira original as noções e conceitos de Kant e Fichte. Ao apontar, em seu fragmento Juízo e Ser, o caráter cindido da operação do juízo e os pressupostos da consciência e da identidade, Hölderlin se move da noção de eu absoluto fichteana para um fundamento concebido enquanto ser, anterior a toda divisão entre sujeito e objeto; as consequências desse deslocamento sinalizam os limites da filosofia em suas posturas teórica e prática. Essa reflexão filosófica tem um exemplar desenvolvimento em seu romance Hipérion ou o Eremita na Grécia, o qual mobiliza todas essas questões em uma expressão estética. Acompanhando o percurso do protagonista em suas tentativas de recuperar uma Grécia harmoniosa, revelam-se as consequências e limites desse projeto de pensamento. Se o saldo do romance parece negativo, ele chama a atenção, no entanto, para uma reconsideração daquela intuição original do fragmento e para a compreensão da operação formal e poética da obra enquanto verdadeiro espaço de efetivação do projeto hölderliniano. Em um complexo processo de estratificação temporal que relaciona o tempo vivido com o tempo narrado, é a recordação que se revela cerne da atividade poética de Hölderlin, por sua capacidade de mobilizar aqueles conteúdos negativos em uma perspectiva positiva, reunindo os momentos particulares do passado em um todo infinito. Realçada na escolha do autor pela forma romanesca, tangenciando a vivacidade do romance epistolar com a distância narrativa do Bildungsroman, essa significação infinita do finito oferece uma original compreensão para os problemas da filosofia do idealismo alemão através da via estética. Desse modo, o romance Hipérion acompanha a realização poética de um projeto filosófico junto à fundamentação filosófica da poesia de Hölderlin, encontrando um vislumbre da totalidade a partir da finitude e da condição cindida da modernidade. |