Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Juliana Vieira Wahl |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-15052023-171727/
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Resumo: |
Após décadas de luta entre diversos atores sociais, a prática do aborto foi legalizada no Uruguai através da lei nº 18.987/2012 com alguns requisitos: dentro do sistema de saúde, de forma medicamentosa, com cinco dias de reflexão, desde que ocorra em até 12 semanas de gestação (ou 14 semanas em caso de violência sexual), para uruguaias ou migrantes residentes há pelo menos um ano. A legalização da interrupção da gravidez se deu após um conjunto de ações de movimentos sociais, principalmente movimentos feministas e aqueles protagonizados por profissionais de saúde, para criar políticas com enfoque nos direitos sexuais e reprodutivos, tão restritos na América Latina. Na dissertação me proponho a analisar através de dois trabalhos de campo realizados antes e durante a pandemia da COVID-19, como apesar da mudança na legislação o tabu do aborto permanece nos serviços de saúde de saúde sexual e reprodutiva no país, e como as mulheres que se encontram fora da lei, agenciam um tipo de manuseio desta para terem acesso ao direito ao aborto. Para tanto, elas articulam noções de sofrimento que se encaixam no ideal do que chamo de vítima pública, uma mulher que muitas vezes já é mãe em situação de pobreza para a qual a lei foi desenhada. O tabu do aborto e o consequente estigma que os profissionais sentem em relação ao seu trabalho, faz uma pressão para que novos abortos não aconteçam, por isso há um grande foco em como a contracepção de longa duração deve ser uma aliada na política pública para que o número de interrupções da gravidez não aumente. Entretanto, discuto como existem noções diferentes em relação a contracepção entre profissionais e mulheres nos serviços de saúde, principalmente nas negociações em relação ao uso de LARC, sigla em inglês para contraceptivos reversíveis de longa duração. A hipótese é que o tempo das escolhas contraceptivas das mulheres e o tempo dos LARC sejam, por muitas vezes, incompatíveis. |