Correios, logística e uso do território: o serviço de encomenda expressa no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Venceslau, Igor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-03032017-160848/
Resumo: O volume de cartas e encomendas vem apresentando um crescimento vertiginoso nos últimos anos, contrariando as previsões sobre a perda de importância do correio com o advento da Internet. No Brasil, os serviços postais passaram por profundas transformações nas últimas décadas, com destaque para a criação do Serviço de Encomenda Expressa (SEDEX) pelos Correios, emblemático da aceleração na circulação de mensagens e mercadorias e do uso intensivo das tecnologias de informação no período atual. Esta pesquisa tem o objetivo de desvelar e analisar as estratégias de uso do território brasileiro pelos Correios para garantir maior racionalidade e velocidade aos serviços postais por meio da logística, compreendendo o papel atual da empresa na formação socioespacial brasileira, sob a tríade Estado-territóriomercado. Mediante revisão bibliográfica, análise de dados sobre os prazos de entrega, modais de transporte, localização de unidades operacionais dos Correios, origem e destino dos fluxos, etc., além de trabalhos de campo e entrevistas, foi possível identificar que o território brasileiro e sua rede de transporte é um elemento importante para entender a difusão dos serviços expressos no país. Desde a sua criação, o correio tem tido um papel relevante na integração territorial, cuja difusão acompanhou o processo de urbanização. Com a introdução da logística no correio, as etapas de coleta, tratamento, encaminhamento e entrega passaram a ser coordenadas sob uma mesma estratégia de circulação. Ainda assim, foi possível verificar uma diversidade de prazos de entrega no Brasil, pois a logística depende da materialidade de um território que é desigual. Dentre as estratégias de uso do território, a empresa se vale de operação em rede, da intermodalidade dos sistemas de transporte, da divisão políticoadministrativa vigente, das condições normativas nacionais e das tecnologias de informação disponíveis. Os resultados alcançados revelaram: a) a criação do SEDEX e sua sucessiva propagação é correspondente à difusão do meio técnico-científico-informacional no Brasil; b) o monopólio postal estatal é um constrangimento à ação das empresas multinacionais de correio (FedEx, DHL, UPS, etc.); c) os fluxos informacionais são indispensáveis para a circulação do correio, sobretudo na modalidade expressa; d) os serviços expressos fragmentam o objeto postal, levando a um processo concomitante de integração-diferenciação do território; e) o e-commerce impulsionou os serviços dos Correios e sua realização se ampara na logística postal; f) a topologia dos Correios se confunde com a rede urbana brasileira, comportando uma hierarquia com primazia de São Paulo, maior complexidade na Região Concentrada e profunda diferenciação regional; g) a topologia dos Correios reflete a divisão territorial do trabalho vigente; h) os fluxos postais no Brasil são predominantemente regionais. Por fim, a partir da instalação de fixos geográficos em todos os municípios, os Correios agem como um braço logístico do Estado, cujas ações garantem a execução de políticas públicas.