Estranhamento, desencontro e solidão: a representação da família na ficção de Carlos de Oliveira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Correia, Marcio Antonino Lourenço
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-01122009-144606/
Resumo: Este trabalho é resultado de uma pesquisa sobre a estrutura celular da família, percebida como uma corrente, em que a fragilidade de um dos elos (desgaste ou rompimento) pode fazer ruir toda a sua poderosa estrutura. Foram objeto de análise as obras Pequenos burgueses, Casa na duna e Uma abelha na chuva, de Carlos de Oliveira. Estudaram-se, separadamente e em conjunto, as relações familiares: pai, mãe, filhos, marido e mulher, e o papel representado por cada um, no seio de uma família tradicional de modelo judaico-cristão, que, no advento da modernidade, vê seus valores contestados, fragilizados e, pouco a pouco, desmoronando. Patriarcalismo e Marialvismo, submissão da mulher, desconstrução do masculino, desejos insatisfeitos, comportamentos sexuais tidos como modelares, são alguns dos aspectos discutidos em Estranhamento, desencontros e solidão: a representação da família na ficção de Carlos de Oliveira. Foi possível detectar, nos romances, a ausência de afetividade entre parceiros, talvez provocada por uniões firmadas em bases de interesses que não levam em consideração o amor, mas a manutenção de um status social no qual o casamento é um movimento inercial que permite a homens e mulheres manterem o patrimônio herdado, ou se torna uma mercadoria em que se troca sangue por dinheiro. Carlos de Oliveira, numa perspectiva temporal, desconstrói e desmistifica a família de modelo tradicional, revelando suas mazelas e os comportamentos hipócritas, tecidos de falso moralismo, percebidos na moral dúbia de seus elementos humanos.