Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Saliby, Gizelia Mendes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-14072022-172051/
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Resumo: |
Essa pesquisa analisa os impactos do discurso patriarcal na construção do sujeito mulher e tem como corpus a HQ A origem do mundo uma história cultural da vagina ou a vulva vs. o patriarcado (2018), de Liv Strömquist. Amparada pela Semiótica discursiva e por estudos dedicados a pensar a questão da mulher na sociedade, como a teoria feminista e alguns estudiosos da antropologia, nos baseamos nos conceitos expostos por Fiorin (1995, 2008, 2016) e Barros (2002, 2005) para investigar as estratégias discursivas da enunciação, como a alternância de debreagens e embreagens para promover o efeito de sentido de verdade, o processo de construção das relações argumentativas e os recobrimentos semânticos que compõem a coerência temática dos temas opressão feminina e inferioridade feminina. Tratamos nesse último aspecto do controle de corpos e da sexualidade feminina, do apagamento semiótico daquilo que se costuma chamar de genitália feminina e da menstruação colocada socialmente enquanto um símbolo de vergonha. Abstraímos, durante o estudo, as formações discursivas e ideológicas que acompanham as isotopias temáticas trazidas na obra e os papéis temáticos que recaem sobre as mulheres. Por último, a partir das ideias de Bakhtin (1988), nos interessamos pelas relações intertextuais e interdiscursivas presentes no corpus . Ao analisar a história das mulheres por meio de recortes da história da humanidade, e a partir dos estudos de Bourdieu (2020), Blikstein (2018, 2020) e Schaff (1974) obtivemos como resultado alguns dos mecanismos utilizados pelo sistema patriarcal para a manutenção da opressão das mulheres: a construção social da diferenciação biológica dos corpos do homem e da mulher serviram de base para uma diferenciação social que coloca o homem enquanto um ser absoluto e a mulher, enquanto o outro; verificamos que a sociedade procura moldar a mulher para que esta atenda a uma demanda social, por isso falamos na pesquisa, com suporte de Beauvoir (2008) sobre tornar-se mulher, pois sua condição social está sempre em construção; inferimos que as violências simbólicas nos discursos sobre a mulher e a forma como a mulher é definida formam os corredores isotópicos dos sujeitos resultando em uma imagem distorcida e estereotipada, reforçando a ideia de superioridade masculina. |