Biodiversidade, estoque de carbono e avaliação do agroecossistema itinerante da etnia Guarani-Mbyá na Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fernandes, Lucas Mazzero
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-26052021-130950/
Resumo: Estima-se que aproximadamente 21% dos territórios ocupados por florestas tropicais estejam cobertos por Sistemas Agrícolas Itinerantes (SAIs). Devido a escassez de estudos que caracterizem os SAIs dos Mybás na Serra do Mar, e que investiguem os serviços ecossistêmicos proporcionados ou prejudicados por estes, realizou-se a diagnose (por meio de entrevistas semiestruturadas), o levantamento dos estoques de carbono e da agrobiodiversidade dos sistemas agrícolas da aldeia Rio Branco. Pôde-se constatar que os SAIs são manejados com técnicas que levam em consideração o etnoconhecimento e ao mesmo tempo são um reservatório de grande agrobiodiversidade, principalmente de diversas variedades do Milho Guarani (Axati Etei). Foram identificadas 65 variedades de plantas de uso agrícola, perfazendo 39 espécies. Além disso o SAIs são fonte de renda e de subsistência. Os Guarani produziram nos últimos anos Sistema Agrícolas de Derruba e Mulch (SDMs), cujo manejo com fogo é substituído pela poda. Para verificar os estoques de carbono e a agrobiodiversidade no momento de cultivo entre estes distintos sistemas, a biomassa e o estoque de carbono foram estimados a partir de medidas de DAP (Diâmetro à Altura do Peito) das árvores com mais de 5 cm e de sua altura sendo essas identificadas ao nível de espécie. Verificou-se que os SAIs avaliados estocam mais carbono que sistemas agrícolas tradicionais incipientes do bioma Amazônico e assemelham-se a valores encontradas em fragmentos florestais jovens de Unidades de Preservação Ambiental da Mata Atlântica, com média de 16,25 ton.ha-1 nos SAIs e de 75,7 ton.ha-1 nos SDMs. A regressão linear para as cronossequencias no momento do cultivo mostrou tendências de aumento nos níveis de carbono tanto para SAIs quanto para SDMs. A biodiversidade no momento do cultivo é baixa, o índice de Shannon foi de H\'=0,9 nos SAIs e H\'= 1,36 nos SDMs. Observou-se uma tendência linear de aumento da riqueza de espécies ao longo do tempo de cultivo nos SDMs porém uma diminuição dessa nos SAIs.