Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Beck, Franciele |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-30032017-155706/
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Resumo: |
Esta tese investigou como a prática da folga organizacional auxilia no alcance dos objetivos financeiros e não financeiros de uma empresa familiar privada. A folga organizacional foi definida na pesquisa como a disponibilidade de recursos a um nível mais elevado do que o estritamente necessário para a operação da organização (Cyert & March, 1963; Onsi, 1973 Danneels, 2008), decorrente das experiências passadas e expectativas futuras dos sujeitos que precisam tomar decisões em determinado contexto social (Nazarova, 2014). As particularidades da empresa familiar compreenderam a essência e a importância da riqueza socioemocional da família nesse tipo de organização; sumarizadas em termos da necessidade de exercer influência e controle na gestão da empresa, envolvimento direto nas decisões estratégicas e operacionais da organização e intenção de continuidade do negócio sob o controle da família (Chua et al., 1999; Gomez-Mejia Haynes, Núñez-Nickel, Jacobson & Moyano-Fuentes, 2007; Berrone, Cruz & Gomez-Mejia, 2012; Chrisman, Chua, Pearson, & Barnett, 2012). Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, sob abordagem interpretativista, por meio da condução de um estudo de caso. A empresa selecionada possui 36 anos de história, está na segunda geração da família e contempla uma estrutura, porte e complexidade demandados para a investigação da folga organizacional. Os dados da pesquisa são provenientes de 35 entrevistas, documentos disponibilizados pela organização, bem como de notas de campo provenientes da observação de estruturas, procedimentos e comportamentos durante os seis meses de contato com o campo. Utilizou-se a técnica de análise do discurso para realizar a descrição e explicação do fenômeno investigado por meio do (i) entendimento do que permeia a organização, (ii) o recorte de fragmentos de diferentes sujeitos, momentos e situações que retratam o fenômeno investigado e (iii) a discussão dos achados com base nas inferências da pesquisa e literatura anterior. O estudo permitiu o entendimento de que a folga organizacional não representa necessariamente um comportamento disfuncional dos sujeitos, ou um problema em termos de desempenho na organização. Pelo contrário, a prática, dentro dos limites considerados aceitáveis pela família proprietária da empresa, é vista como uma alternativa em decisões com alto nível de insegurança ou incerteza, além de estratégica no sentido de preparar e estruturar a organização para o longo prazo. Dentre as contribuições da pesquisa, destacam-se as discussões sobre (i) a perspectiva positiva da folga organizacional, (ii) a autoridade da família na empresa que legitima a prática da folga e define suas delimitações, (iii) a inquietação na organização está na intensidade, na natureza dos recursos, no momento e na forma com que a folga é praticada, e não em sua existência ou não no modelo de gestão, (iv) o reconhecimento da importância de se tratar o tema da folga sob uma perspectiva holística do sistema de controle gerencial, e (v) o benefício de um olhar temporal mais alongado do modelo de gestão que valoriza, além dos aspectos financeiros, o envolvimento emocional e afetivo dos membros da família e dos funcionários em relação à organização. |