Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Polastro, Dalmo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-29092005-140058/
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Resumo: |
O Estado do Paraná destaca-se por ser responsável por mais de 20% da produção nacional de grãos. Prevalecem em sua estrutura agrária, pequenas e médias propriedades onde predomina a mão-de-obra familiar. Buscando manter e aumentar as produtividades atuais, a agricultura paranaense utiliza intensivamente os insumos disponíveis no comércio, como é o caso nos agrotóxicos, onde o Paraná é tido como segundo maior consumidor nacional. A venda maciça deste insumo, o baixo grau de escolaridade dos usuários, aliado a falta de cuidados quando da sua utilização resultam no surgimento de intoxicações. Baseado nesta realidade, o presente estudo objetivou identificar e caracterizar o perfil das populações intoxicadas por agrotóxicos no Estado do Paraná, durante o período de 1993 a 2000 e propor medidas que visem diminuir os prejuízos às populações expostas. Para tanto, foram analisadas as intoxicações agudas notificadas durante o período de 1993 a 2000, referentes ao banco de dados fornecido pela Secretaria Estadual da Saúde. As intoxicações foram analisadas segundo as seguintes variáveis: sexo, idade, local de ocorrência, via de contaminação, ocupação, evolução final (cura ou óbito), classe e grupo químico dos agrotóxicos. Após a tabulação dos dados, as variáveis foram relacionadas aos Núcleos Regionais que compõe a Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná e as intoxicações foram correlacionadas às áreas de seis grupos de cultivos (frutas, culturas de inverno e verão, olerícolas, olerícolas grandes e outros cultivos). Os resultados do estudo apontaram que a maior parte das intoxicações ocorreu em atividades relacionadas à causa profissional (53,1%), tendo sido os inseticidas os agentes causadores da maioria das intoxicações (37,9%) e óbitos (42%). A maioria dos intoxicados foram indivíduos do sexo masculino (79,8%), sendo a faixa de idade compreendida entre os 18 e 23 anos, onde ocorreram o maior número de intoxicações (21,2%) e óbitos (15,8%). O maior percentual de óbitos ocorreu mediante a tentativa de suicídio (86%), principalmente na faixa de idade entre 18 e 23 anos (16,1%). Foi na zona rural onde se deu o maior número de ocorrências (65%), em indivíduos ligados a ocupação agrícola (63%). As principais vias de contaminação, para a causa profissional foram a via respiratória com 58,3% dos casos e suas combinações com as demais vias (82,2%). Para a causa suicídio a via prioritária foi a digestiva, tendo atingido 95,7% dos casos notificados. A região norte (composta pelos núcleos regionais de Apucarana, Cornélio Procópio, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina e Maringá) deteve o maior número de ocorrências de intoxicações (43,1%) e óbitos (37%), sendo os organofosforados os maiores responsáveis por ambas. A análise de Correlação concluiu ser positiva a relação existente entre as intoxicações notificadas e as áreas de cultivos de culturas de inverno e verão, frutíferas e olerícolas. O acesso fácil, associado ao armazenamento inadequado dos agrotóxicos, assim como a participação prematura em atividades agrícolas resultou na ocorrência de intoxicações e óbitos em indivíduos menores de idade. O uso do Receituário agronômico e Guia de aplicação para agrotóxicos de venda aplicada não impediram a ocorrência de intoxicações e óbitos causados por herbicidas bipiridílios. |