Adolescentes homossexuais e as relações com seus familiares: um enfoque da fenomenologia social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mata, Nely Dayse Santos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-19052017-101058/
Resumo: Introdução: a adolescência é considerada um período de transformação em que ocorrem mudanças biopsicossociais, incluindo a vivência da sexualidade. Na adolescência, a homossexualidade pode ser causadora de graves conflitos familiares. Nesta fase da vida, a discussão sobre a homossexualidade configura-se como um assunto complexo e delicado de ser tratado, entretanto essa discussão abre oportunidades e caminhos para a compreensão da diversidade da sexualidade humana, considerando sua interface com as questões que envolvem a saúde física, mental e a socialização dos jovens. Neste contexto, faz-se necessário incluir os familiares dos adolescentes porque a família constitui a base para a formação do ser humano na sociedade. Objetivo: compreender a vivência de adolescentes homossexuais frente às relações com seus familiares. Método: estudo qualitativo ancorado na fenomenologia social de Alfred Schütz, realizado com 12 adolescentes homossexuais de ambos os sexos, residentes na cidade de Macapá/Amapá/Brasil. Os depoimentos foram coletados em setembro e outubro de 2015, por meio de entrevistas com as seguintes perguntas orientadoras: Conte-me como foi que você percebeu a sua orientação homossexual. Considerando sua orientação homossexual, conte-me sobre sua vivência com seus familiares. O que você espera do convívio com seus familiares? A análise dos dados foi realizada em conformidade com os passos utilizados pelos pesquisadores da fenomenologia social. Obtiveram-se os depoimentos após a aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Amapá, sob o Parecer nº 1.197.641, em 24 de agosto de 2015. Resultados: a análise dos depoimentos permitiu a elaboração de categorias que representam as características típicas da vivência dos adolescentes homossexuais: aquele que, desde a infância, percebe-se com uma orientação sexual diferente das pessoas do mesmo sexo. A revelação ou não da homossexualidade aos familiares desencadeou dúvidas, inseguranças, gerando um relacionamento conflituoso no seio familiar. Em meio à diversidade vivida em âmbito familiar, eles têm como expectativa ter a orientação sexual aceita pela família, conquistar independência financeira e manter os laços familiares. Conclusões: a vivência de adolescentes homossexuais frente às relações com seus familiares explicitada nesta investigação pode desdobrar-se em reflexões que promovam intervenções no campo da assistência social e de saúde, educação e pesquisa, visando à inclusão desses adolescentes nos diversos cenários sociais, considerando o respeito à diversidade afetivo-sexual.