Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Domingos, Selisvane Ribeiro da Fonseca |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-15022012-121601/
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Resumo: |
Por reconhecer que o aborto provocado é um importante problema de saúde pública e um evento marcante na vida de muitas mulheres, principalmente quando ocorre em uma fase de amadurecimento fisiológico, psíquico e social caracterizada pela adolescência, realizou-se este estudo com o objetivo de compreender o significado da ação de provocar o aborto na adolescência sob a perspectiva de mulheres. Para tanto, optou-se pela pesquisa qualitativa, com a abordagem da fenomenologia social de Alfred Schütz. Os dados foram coletados no período de junho de 2010 a março de 2011, por meio de entrevistas abertas com as seguintes questões norteadoras: conte-me, como foi para você descobrir que estava grávida? Como você se sentiu? Como foi para você decidir pelo aborto e realizá-lo? Como você vivenciou esse momento? Quais são seus planos? Participaram da pesquisa sete mulheres que provocaram o aborto na adolescência, residentes em uma cidade do interior do leste mineiro. Três delas fizeram o aborto por imposição da mãe e as demais tiveram autonomia para tomar esta decisão, independentemente das pessoas e riscos envolvidos. O significado da ação de provocar o aborto, desde a descoberta da gravidez, incluindo sua decisão e realização foi desvelado por meio das categorias: o impacto da gravidez, a decisão e a realização do aborto, o sofrimento resultante, as consequências do aborto e a vida pós-abortamento. Para as participantes, a descoberta da gravidez foi vivenciada com insegurança e desespero, uma vez que não haviam planejado a gestação. Desse modo, evidenciou-se o medo da não aceitação da gravidez pela mãe e piora das condições financeiras e conflitos familiares. Independentemente do modo como o aborto foi realizado, a maioria vivenciou complicações e necessitou de internação hospitalar para tratamento. Após o aborto, o que restou foi sofrimento, culpa e arrependimento. Hoje, o que elas buscam é cuidar da saúde. Porém, aquelas que fizeram o aborto por imposição da mãe querem engravidar novamente e aquelas que tiveram autonomia na opção buscam encerrar a vida reprodutiva. O que se mostrou como típico na ação social das mulheres aponta para uma preocupação no que diz respeito às questões relacionadas à comunicação interpessoal e às decisões sobre a vida reprodutiva que poderão fundamentar ações de cuidado às adolescentes e às mulheres, sobretudo no que diz respeito às ações preventivas em saúde, especificamente ao planejamento familiar. |