Estratégias de enfrentamento das dificuldades (\"coping\") utilizadas por estudantes do ensino superior na área da saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Murakami, Karolina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-20082020-114653/
Resumo: Estratégias de enfrentamento das dificuldades (coping) são competências cognitivas e comportamentais que permitem ao indivíduo lidar com estressores que ameaçam seu bemestar. As exigências do ensino superior na área de saúde fazem com que os estudantes tenham que se ajustar a mudanças, tornando-os vulneráveis ao estresse emocional. Este estudo visou identificar as estratégias de coping utilizadas por estudantes em diferentes etapas de vários cursos da área de saúde de uma mesma instituição pública, frente às dificuldades que encontram, e bem como identificar a ocorrência de estresse emocional, buscando estabelecer a relação entre coping e estresse. Foi um estudo quantitativo empregando questionário estruturado para caracterização social e demográfica e dois inventários psicométricos validados: a escala COPE Breve e o inventário de sintomas de estresse ISS. Participaram 162 estudantes das etapas inicial, intermediária e final de cinco cursos: Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição e Terapia Ocupacional. Os resultados foram submetidos a análise estatística univariada, para diferenças entre grupos e associações entre variáveis, e a análise multivariada por regressão logística para identificar variáveis independentes determinantes de estresse. Os estudantes relataram encontrar grande número de dificuldades, tanto acadêmicas como não acadêmicas, não havendo diferenças importantes entre cursos e suas etapas. Os participantes relataram a utilização de variadas estratégias de coping, mas não houve também diferenças importantes entre cursos e etapas quanto ao número de estratégias utilizadas, tanto as voltadas ao \"problema\" quanto as voltadas à \"emoção\". A presença de estresse foi identificada em proporções entre 45% e 100% dos estudantes, conforme o curso e a etapa considerada, sem diferenças significativas entre eles. Houve correlação significativa entre o número total de dificuldades e o número de estratégias de coping mobilizadas, sendo que o número de dificuldades não acadêmicas se associou com a utilização de estratégias de coping voltadas à emoção e a presença de estresse. Houve associação estatisticamente significativa entre presença de estresse de qualquer tipo e também do estresse patológico com o uso de estratégias de coping voltadas a emoção, o que não ocorreu com a utilização de estratégias voltadas ao problema. Aanálise multivariada permitiu identificar cinco variáveis independentes como determinantes da ocorrência de estresse: sexo feminino, renda familiar baixa, números de dificuldades acadêmicas e não acadêmicas e número de estratégias de coping voltadas à \"emoção\" utilizadas. Esta análise também revelou que somente uma variável, o número de dificuldades não acadêmicas, pode ser determinante de estresse patológico. Os resultados obtidos indicam que os estudantes, independentemente do curso ou das suas etapas, encontram elevado número de dificuldades, utilizam grande número de estratégias de coping, sem contudo conseguir evitar o estresse. Este parece ser determinado por variáveis de caracterização, como sexo feminino e baixa renda familiar, dificuldades acadêmicas e não acadêmicas e utilização de estratégias de coping voltadas à emoção. Estes achados reforçam a necessidade de manter e aperfeiçoar as ações institucionais de assistência social, apoio à permanência estudantil no ensino superior e apoio psicológico ao estudante, o que permitirá planejamento mais adequado e maior eficácia de medidas de promoção da saúde mental dos estudantes.