Morfologia das partículas do vírus do pimentão e ultraestrutura morfologia do anel dos tecidos infetados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1967
Autor(a) principal: Kitajima, Elliot Watanabe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20231122-093012/
Resumo: O presente trabalho descreve os resultados das investigações sobre a morfologia das partículas de 4 diferentes isolados do vírus do anel do pimentão (VAP) e a ultraestrutura dos tecidos por eles infetados. Em síntese, foram seguintes as observações e conclusões feitas: (a) Partículas tubulares, de cerca de 25 mμ de diâmetro externo e com o canal axial de 4 mμ de largura, foram consistentemente encontradas em preparações rápidas ou purificadas e em secções de tecidos de plantas infetadas pelo VAP. A mensuração dos comprimentos destas partículas indicaram a existência de dois tipos predominantes, respectivamente com 54 e 199 mμ de comprimento normal. Estes valores eram independentes do isolado do vírus, da planta hospedeira ou dos métodos de preparo do espécime utilizados. Contudo, em secções ultra-finas de tecidos infetados, foram encontradas inclusões citoplasmáticas, constituídos apenas de partículas longas. Estas podem ser separadas das curtas in vitro, através da ultracentrifugação em gradiente de densidade, quando então demonstra-se que somente elas são infetivas. (b) Estas partículas quando contrastadas negativa ou positivamente, ou em secções, revelavam claramente sua natureza tubular. Um anel denso, margeando o canal axial, observado em partículas seccionadas transversalmente, deve representar a situação, do acido nucleico do vírus. (c) Quanto às partículas curtas, as evidências obtidas são sugestivas de que elas representariam fragmentos equivalentes a 1/4 das longas. (d) O tratamento de preparações infetivas com ribonuclease e/ou tripsina, não afetou sensivelmente sua infetividade, ou a estrutura das partículas que as compõe. Em algumas experiências, por razões ainda não compreendidas, a tripsinização induziu uma agregação terminal das partículas. (e) O aquecimento de uma preparação infetiva do VAP, à temperatura superior a 65-70ºC durante 10 minutos, faz decrescer sensivelmente e mesmo eliminar totalmente sua infetividade. Simultaneamente ocorre uma degradação generalizada das partículas, precedida. ou não de uma fragmentação das mesmas em um material pulverulento, constituído de grânulos de 30-40 A de diâmetro, e que possivelmente representam grupos de capsômeros desnaturados. (f) Exames de secções ultra-finas de tecidos de plantas infetadas por qualquer um dos isolados do VAP, mostraram consistentemente a ocorrência de inclusões citoplasmáticos, constituídos de agregados ordenados de partículas tubulares, , de ca. 200 mμ de comprimento. Estas são consideradas representando o VAP in situ, dada sua identidade com aquelas encontradas em secções de sedimentos de preparações purificadas e infetivas, obtidas por ultracentrifugação. (g) Em geral as células invadidas pelo VAP não mostravam alterações profundas. Todavia, em certas plantas hospedeira, em que há uma necrose sistêmica decorrente da infecção, nas células em vias de necrose ou naquelas adjacentes à parte necrosada, as inclusões frequentemente apareciam desorganizadas, aparecendo partículas menores do que aquelas de 200 mμ, dispersas no citoplasma. Este fato constitui-se numa das evidencias favoráveis à consideração de que as partículas curtas representam fragmentos das longas, podendo a ruptura dar-se mesmo no interior das células. (h) Um fato marcante foi a associação constante das partículas do VAP, formando inclusões, com a superfície lateral dos mitocôndrios. É o primeiro caso descrito, em que partículas de um vírus de planta se associa com esta estrutura celular. Esta associação sugere que o mitocôndrio desempenharia um papel importante em pelo menos uma das fases da síntese do VAP, possivelmente atendendo a uma eventual elevada demanda de energia. Certas alterações na estrutura do mitocôndrio estariam relacionadas com esta atividade. (i) As inclusões do VAP foram encontradas em praticamente todos os tipos de tecidos das plantas infetadas pelo VAP, e mesmo no interior das células necrosadas, elas mantem sua integridade morfológicas. Contudo uma constatação importante foi a de que partículas do VAP ocorriam na região meristemática do ápice vegetativo, do primórdio foliar e da ponta de raiz, o que constitui-se na primeira demonstração visual deste fato. (j) As evidências electrôno-microscópicas não demonstraram diferenças entre os 4 isolados do VAP investigados, e que, juntamente com dados de patologia e serologia, indicam serem eles o mesmo vírus, ou estirpes de um mesmo complexo. Por outro lado, apesar de o complexo do VAP ter certas peculiaridades morfológicas, patológicas e serológicas, o conjunto destas propriedades justifica a sua inclusão no grupo do vírus do “rattle” do fumo.