Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Caixeta, Camila Cardoso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-03082010-161048/
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Resumo: |
O diabetes mellitus tipo 2 é um dos principais problemas de saúde pública da atualidade. Esta doença se integra ao ambiente familiar, exigindo da pessoa portadora e de seus familiares ajustamentos para incluir os cuidados exigidos. Tais demandas exercem influencias sobre os indivíduos e sobre a família uma vez que estes se sentem responsáveis por se ajustarem a essa nova realidade a fim de gerenciar os cuidados exigidos. Entende se por ajustamento os movimentos contínuos que a família faz, ao longo do tempo, no sentido de conviver com o diabetes e, inserir as demandas que o diabetes impõe em suas vidas e rotinas. Assim, o objetivo desta pesquisa é compreender os processos de ajustamento da família frente às exigências que o diabetes tipo 2 impõe ao sistema familiar ao longo do tempo. Como referencial teórico, esta pesquisa se ancora nas perspectivas da Abordagem Sistêmica Familiar e, em algumas idéias sobre a experiência humana e os símbolos do Interacionismo Simbólico. Como método de pesquisa e de análise dos dados, utilizou se a Teoria Fundamentada nos Dados. Participaram 12 famílias que foram dividas em três grupos de convívio com o diabetes: os primeiros cinco anos de tratamento, o período de seis a dez anos, e período superior a onze anos. Para a coleta de dados foram realizados três encontros no domicílio de cada família. A análise dos dados nos permitiu identificar quatro momentos, que vão desde os fatos ocorridos antes do adoecimento até o convívio com o tratamento, permitindo caracterizar a trajetória familiar quando em contato com o diabetes ao longo do tempo. No primeiro momento, a família e a pessoa com diabetes percebem o aparecimento de alguns sintomas, possuem a crença de que é algo passageiro e elaboram os cuidados mediante os conhecimentos adquiridos com as experiências de vida, com o passar do tempo, percebem que esses cuidados não são suficientes para o desaparecimento desses sintomas. Os sentimentos são de incerteza e insegurança e os fazem buscar o serviço de saúde. No segundo momento, há a busca pelo serviço de saúde, e se deparam com a confirmação do diagnóstico. As crenças são de que o diabetes é um castigo, que seu aparecimento está fundamentado em alguns erros cometidos no passado e que é possível se curar pela fé ou pela gestação. Os cuidados agora são no sentido de aderir ao plano terapêutico, a família reorganiza a rotina para inserir hábitos alimentares condizentes com o diabetes e inserem a medicação em sua rotina. Ao vivenciarem esta reorganização, se deparam com as dificuldades do dia a dia e, buscam alternativas fundamentadas na sua cultura. No terceiro momento, há um aprimoramento dos cuidados, ou seja, as pessoas reelaboram suas estratégias de convívio com a doença de acordo com as experiências do dia a dia. Há um aumento na confiança, pois, possuem conhecimento a respeito dos limites do corpo e manejo da doença. No quarto momento, há uma mudança significativa de posicionamento frente à vida, ou seja, os medos e inseguranças com relação a possibilidade de vir a vivenciar alguma co-morbidade existem mas, esta possibilidade é entendida como algo que pertence ao envelhecimento e já não causam tanto sofrimento e insegurança como visto nos momentos anteriores. Assim, podemos inferir que conhecer e entender o momento em que a família se encontra quando em contato com a doença, levando em consideração os sentimentos e crenças agregados no cuidado com o diabetes, favorece o planejamento e, conseqüente realização de uma assistência humanizada e eficaz a pessoa com diabetes e sua família. |