Interpretação médica em (dis) curso: da prática em cenários médicos para a formação de intérpretes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Camargo, Patricia Gimenez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8160/tde-27072020-144931/
Resumo: Ao longo da vida é comum que o ser humano transite por vários ambientes médicos (hospitais, clínicas, setores de emergência, atendimento à saúde mental, entre outros). O atendimento médico é um encontro comunicativo, uma vez que a consulta é sempre realizada pelo discurso. A presença de barreira linguística prejudicará, sobremaneira, a conduta médica e a adesão do paciente ao tratamento. O objetivo deste trabalho é estudar a interpretação em cenários médicos na cidade de São Paulo. Assim sendo, a tese apresenta o estado da arte da interpretação na área da saúde na cidade de São Paulo/Brasil: interpretações realizadas principalmente por funcionários dos hospitais, tanto da área administrativa quanto da área assistencial, intérpretes ad-hoc e familiares. A fim de mapear a interpretação da área médica na cidade de São Paulo, partimos inicialmente de entrevistas semiestruturadas com intérpretes não profissionais que atuam em cenários médicos na cidade de São Paulo, abordando, a partir das perguntas, questões de técnicas de interpretação, dificuldades encontradas durante os encontros comunicativos e soluções empregadas na prática. Após análise das entrevistas, a partir de pressupostos da AD (Análise do Discurso), para se identificar efeitos de sentido, sugerimos dois percursos formativos em interpretação em cenários médicos que visam atender às necessidades advindas da prática no atendimento linguístico. O primeiro percurso formativo visa instrumentalizar os que atuam como intérpretes, mas que não possuem formação em interpretação. O segundo percurso apresentado visa atender os intérpretes que atuam em outros modos de interpretação, mas que necessitam de formação em interpretação comunitária. O objetivo principal de qualquer um dos percursos é levar os intérpretes a entenderem a interpretação em cenários médicos como um direito do paciente. Os resultados demonstram que, além da formação inicial proposta, a formação continuada e a discussão sobre a profissionalização são temas essenciais para o desenvolvimento da profissão. O estudo é pioneiro, principalmente ao se afastar do modelo mais comumente empregados (master apprentice model), uma vez que discute a relação entre pesquisa, formação e prática profissional caracterizando-se como pesquisa de \"cross-fertilization\" no campo dos Estudos da Interpretação.