Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Silva, Jocelí Rodrigues da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-27072016-154922/
|
Resumo: |
A hemisferectomia esquerda é um procedimento cirúrgico indicado em casos de epilepsia fármaco-resistente com foco epileptogênico em hemisfério cerebral esquerdo. Os benefícios potenciais da cirurgia, além do controle de crises, podem ser observados também nos âmbitos comportamental e cognitivo, fazendo com que seja uma boa alternativa nos casos de epilepsia refratária aos medicamentos. Apesar de suas vantagens, o procedimento ainda não é amplamente indicado, em parte devido ao receio de piora dos déficits motores previamente instalados e principalmente das funções corticais superiores, dentre elas, a linguagem. Neste estudo retrospectivo foram avaliados os prontuários de 15 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 18 anos à época da realização da hemisferectomia funcional esquerda (HFE). Nessa faixa etária, segundo teorias, já ocorreu a transferência da linguagem para o hemisfério dominante esquerdo, na maioria dos indivíduos. A idade na época da cirurgia variou entre 6,6 e 15 anos, média 10,6 anos. A idade de início das crises epilépticas variou de zero a 12 anos, média 4,25 anos. A duração média da epilepsia até a data da intervenção cirúrgica foi de 6,3 anos (um a 12,7 anos). As frequências etiológicas por grupos foram: 20% de malformação do desenvolvimento cortical, 40% de lesões adquiridas e estáticas e 40% de doenças progressivas (encefalite de Rasmussen). O objetivo deste estudo foi avaliar o desfecho da linguagem em crianças e adolescentes submetidos à HFE após o período de transferência da linguagem. A função foi avaliada através do quesito domínio da comunicação na Escala de Vineland ou através do QI verbal em crianças submetidas ao WISC (Escala de Inteligência Weschler para Crianças). A linguagem apresentava-se parcialmente desenvolvida em todos os pacientes avaliados, nenhum deles tinha esta função plenamente desenvolvida. A hemisfererectomia funcional do hemisfério cerebral esquerdo não causou repercussão sobre a linguagem de crianças e adolescentes com epilepsia de difícil controle medicamentoso. Uma possível explicação para esse resultado refere-se à plasticidade cerebral, essa importante capacidade de remodelação e recuperação das funções cerebrais, além da possibilidade de transferência da linguagem para o hemisfério cerebral direito em casos de lesões em áreas da fala em hemisfério cerebral esquerdo. Este resultado corrobora a importância do encaminhamento de crianças portadoras de epilepsia refratária aos medicamentos antiepilépticos o mais precocemente possível a centros especializados para avaliação e possível indicação desse procedimento, uma vez que assim impedirá ou minimizará os efeitos da encefalopatia epiléptica progressiva sobre a cognição e principalmente sobre a linguagem |