Organização tecnológica do trabalho em saúde bucal no SUS: uma arqueologia da política nacional de saúde bucal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pires, Fabiana Schneider
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23148/tde-02092013-194936/
Resumo: Esta tese discute a organização tecnológica do cuidado em saúde à luz das políticas de saúde bucal. Metodologicamente estruturou-se em um histórico das políticas de saúde bucal no Brasil desde a década de 1950 aos dias atuais, na vigência da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB, 2004). A abordagem das políticas procedeu-se sob teoria de M. Foucault na obra Arqueologia do Saber (1997). O estudo buscou apreender qual saber operante, (Mendes Gonçalves 1979, 1994) tem organizado a prática neste campo. Utilizou-se de revisão de documentos normativos do SUS e de publicações do período de 2000 a 2012. Procurou-se desvelar, a partir da organização tecnológica (categoria de análise) como a atual política aborda as necessidades de saúde da população e quais ferramentas/instrumentos/tecnologias são oferecidas para o cuidado em saúde bucal. O SUS busca tem buscado a mudança de modelos de atenção e de organização do trabalho que transformem a prática de assistência odontológica (ineficaz, baixa cobertura, monopolista, baixa resolubilidade, mal distribuída geográfica e socialmente), por modelos voltados à promoção da saúde. No entanto, de acordo com levantamento de artigos sobre a condução da atual PNSB no cotidiano dos serviços públicos de saúde, destacou um modus operandi ainda calcado na pragmática odontologia, plena de conflitos e contradições. A abordagem de conceitos como promoção da saúde, integralidade e cuidado em saúde trouxeram a este estudo uma luminosidade, uma clareza ao olhar a prática em saúde bucal. O histórico das Políticas em Saúde Bucal foi fundamental para compor a análise da organização tecnológica e os processos de trabalho, pois realçaram que o fio condutor das práticas tem sido realizado, de forma linear, por abordagens ainda muito centradas no conhecimento biológico do adoecimento. Para que de fato um novo modelo como propõe a PNSB transforme a prática em saúde bucal com novos arranjos tecnológicos no processo de trabalho, outras formas de vínculo e comprometimento devem ser almejadas. É necessário melhorar a formação e a prática profissional com a adição de novos saberes que, por sua vez, irão exigir novos padrões cognitivos e culturais. Há que se qualificar a escuta sobre os padecimentos do paciente, ir além do diagnóstico de sinais e sintomas, apreender as subjetividades produzidas na condição do adoecimento. Talvez estes processos consigam legitimar a saúde bucal como um dos componentes da saúde em uma expressão ampliada: a da qualidade de vida.