Avaliação de uma intervenção em grupo para facilitar a revelação do próprio diagnóstico e diminuir o autoestigma de pessoas com transtorno de humor, baseada no programa internacional Honest Open Proud - HOP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Modelli, Arlete
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-23032022-103558/
Resumo: O estigma é uma construção multifatorial. É uma marca que atribui ao seu portador uma condição desvalorizada em relação aos demais membros da sociedade. Esse processo tem consequências danosas na vida da pessoa, afetando diferentes dimensões e também criando um dilema sobre revelar ou não seu diagnóstico. O programa Honest, Open, Proud (HOP) é um instrumento que permite e incentiva o diálogo sobre questões importantes relacionadas com este conflito. O objetivo do estudo é identificar em um grupo de pacientes com diagnóstico de transtorno do humor se a intervenção HOP permite maior flexibilidade para expor socialmente seu diagnóstico, além de reduzir o estresse relacionado ao seu sigilo e melhorar a autonomia. Neste ensaio clínico randomizado controlado, 61 indivíduos com diagnóstico de transtorno do humor, 31 com depressão unipolar e 30 com transtorno bipolar foram selecionados. Para avaliar a eficácia do programa, uma avaliação em 3 etapas foi empregada (T0, T1 e T2) para abordar aspectos relacionados ao estigma, autoestigma e pontos relevantes ao tema, como qualidade de vida e estresse relacionado ao estigma. Entre os instrumentos mais relevantes usados estavam: Internalized Stigma in Mental ILLness Scale - ISMI -29 items (Ritcher et al., 2003) / Doença mental e inventário de estigma internalizado (Soares, RG et al., 2015); Avaliação cognitiva do estigma como estressor - COGAPP - 8 itens (Rüsch et al., 2009); Coming Out with Mental Illness Scale - COMIS - 43 itens (Corrigan et al., 2010) e Authentity Scale - Authenticity Scale -12 items (Wood et al., 2008). Na análise estatística foram utilizados modelos de efeitos mistos (LMM - Linear Mixed Model), considerando a interação tripla entre diagnóstico, tratamento e tempo. As intervenções (HOP e psicoeducacional - controle) demonstraram impacto positivo no estresse do estigma para todos os sujeitos, principalmente considerando o grupo Depressão, que ao longo do tempo apresentou melhora nos escores relacionados ao enfrentamento do estresse. No grupo HOP / Depressão, os escores apresentaram maiores alterações relacionadas à redução do estresse diante do preconceito. Em relação ao dilema em revelar ou não o transtorno mental, não houve mudanças significativas, uma vez que era grande o número de sujeitos que já haviam revelado seu diagnóstico. Quanto ao autoestigma, observou-se que os participantes do grupo Depressão tenderam a apresentar mais estigma internalizado sobre transtornos mentais do que os participantes do grupo Bipolar. Em relação à autenticidade, o programa HOP possibilitou a reflexão do participante sobre as formas de lidar com as demandas sociais. Vale ressaltar a importância de novos estudos. Ressaltamos que o programa HOP tem se mostrado uma intervenção que pode trazer benefícios aos seus usuários, sendo uma opção potencial em instituições públicas de saúde, por exemplo