Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Setti, Viviane Piagentini Candal |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-03012019-120227/
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Resumo: |
O presente estudo piloto teve como objetivo avaliar uma intervenção junto a grupos de pacientes com esquizofrenia, baseada no programa internacional Coming Out Proud (COP), desenvolvido por Corrigan (2011), que busca facilitar a decisão de revelar ou não o próprio diagnóstico e reduzir o autoestigma. A intervenção foi conduzida no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPQ-HC), entre 2017 e 2018, em São Paulo-Brasil. Para avaliar os objetivos específicos, foram utilizadas as seguintes medidas: qualidade de vida, estigma como estressor, autenticidade, autoestima, discriminação percebida e dificuldades no acesso aos cuidados médicos. A amostra de 31 participantes foi selecionada nos ambulatórios do IPQ-HC, no Instituto \"A Casa\" e na Universidade Federal de São Paulo. A intervenção consistiu em três lições presenciais de duas horas, sendo uma sessão semanal ao longo de três semanas consecutivas. Cada lição abordou temas específicos, como: riscos e benefícios de manter segredo ou divulgar o próprio diagnóstico em diferentes situações; níveis de divulgação, entre o extremo de um retraimento social completo ao relato indiscriminado da experiência com a doença mental; maneiras úteis de contar a própria história com a doença mental, novamente em diferentes situações. Foram utilizadas oito escalas para medir os diferentes aspectos relacionados à questão do estigma e do diagnóstico psiquiátrico, e realizadas três avaliações, a saber: T0: avaliação baseline, que ocorreu três dias antes da primeira sessão de grupo; T1: avaliação pós-intervenção, três dias após a terceira sessão, ou seja, três semanas após o início da pesquisa; T2: seguimento do grupo com avaliação após três semanas depois da última sessão de grupo. Os grupos foram constituídos de seis a doze participantes, contando com duas psicólogas que atuaram como facilitadoras. Como resultado, observou-se um grande aumento nos números de pacientes decididos a revelar o próprio diagnóstico, bem como um aumento da percepção do estigma como fator estressante. A decisão de se expor pode ter sido, justamente, a consequência de não aceitar mais viver com o estresse causado pelo estigma, tendo os participantes se sentido, possivelmente, mais preparados para lidar com o preconceito. A intervenção COP se mostrou uma importante ferramenta para o combate ao estigma diante da doença mental, sendo que, no caso deste estudo, o foco em um único diagnóstico, esquizofrenia, pode ter intensificado as discussões e as elaborações acerca do tema. Estudos mais extensos serão necessários para o desenvolvimento de campanhas ajustadas a diagnósticos específicos e populações culturalmente diferentes, de modo a atender às especificidades dos pacientes, diminuindo assim o sofrimento daqueles que, além de serem afetados pela doença mental, ainda enfrentam as dolorosas consequências de serem estigmatizados |