Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moura, Roudom Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6141/tde-03092021-105600/
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Resumo: |
Introdução: No mundo, Brasil e, em especial, na cidade de São Paulo pouco se sabe sobre os determinantes sociais e de saúde na população idosa (≥ 60 anos) sob a perspectiva da cor da pele / raça. O presente estudo levantou a hipótese de que havia diferenças nas prevalências das condições sociais e de saúde entre os idosos de diferentes grupos raciais. Objetivo: Identificar os fatores determinantes das condições sociais, de saúde e autoavaliação negativa do estado de saúde em idosos não institucionalizados do município de São Paulo sob a perspectiva da autodeclaração da cor da pele / raça. Métodos: Trata-se de estudo transversal, de base populacional, com amostra probabilística por conglomerados, que utilizou dados do Inquérito de Saúde realizado no município de São Paulo/SP, Brasil (ISA-Capital 2015). Para os fatores associados aos desfechos (condições sociais, de saúde e autoavaliação negativa de saúde), a medida de associação foi Razão de Prevalência (RP), bruta e ajustada, e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Realizou-se análise simples e múltipla de regressão de Poisson por meio da técnica stepwise forward, utilizando os comandos svy do software Stata 14.0 2015. Resultados: Participaram do estudo 1017 idosos com idade mediana de 68 anos, sendo que 63,2% (IC95%: 58,4 - 67,7) dos idosos se autodeclararam brancos, 21,4% (IC95%: 17,9 - 25,4) pardos e 7,3% (IC95%: 5,5 - 9,6) pretos. A cor da pele parda e preta (raça negra) permaneceu positivamente associada às prevalências de desigualdade social, de saúde e de autoavaliação negativa das condições de saúde dos idosos. Os idosos negros apresentaram maior prevalência de piores condições de escolaridade (pardo (RP = 1,49; IC95%: 1,32 - 1,69) e preto (RP = 1,31; IC95%: 1,10 - 1,56)) e renda (pardo (RP = 1,31; IC95%: 1,07 - 1,62)); autoavaliação de saúde regular, ruim ou muito ruim (pardo (RP = 1,26; IC95%: 1,01 - 1,58) e preto (RP = 1,33; IC95%: 1,03 - 1,75)) e hipertensão arterial (preto (RP = 1,32; IC95%: 1,11 - 1,56)); menos plano (pardo (RP = 1,36; IC95%: 1,16 - 1,59) e preto (RP = 1,63; IC95%: 1,34 - 1,98)) e acesso a serviços (pardo (RP = 1,28; IC95%: 1,13 - 1,46) e preto (RP = 1,54; IC95%: 1,32 - 1,81)) privados de saúde do que os brancos. Ao se ajustar a autoavaliação negativa das condições de saúde para além das variáveis demográficas e socioeconômicas, ou seja, incluir as comportamentais e de saúde, a cor da pele preta permaneceu associada ao desfecho (RP = 1,28; IC95%: 1,00 - 1,63). Conclusões: A determinação social, de saúde e de autoavaliação negativa das condições de saúde em idosos do município de São Paulo, apresentou caráter multidimensional de piores indicadores para a categoria racial negra. As desigualdades encontradas entre as categorias raciais apontaram para situações sistemáticas de desvantagens para os idosos negros. O racismo estrutural e institucional e iniquidade em saúde foram as condições explicativas para essas desigualdades. |