Efeitos de ações de educação alimentar e nutricional na autopercepção nutricional de adolescentes de uma escola pública no município de São Paulo/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Camila dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-19112024-132158/
Resumo: INTRODUÇÃO: A adolescência, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) corresponde ao período entre 10 e 19 anos de vida. A percepção sobre o próprio corpo, nessa etapa da vida sofre transformações de acordo com características individuais, classe social, gênero e grupo do qual o adolescente faz parte. Preocupações relacionadas ao corpo e à aparência podem começar a ocorrer. O desejo de corresponder aos padrões exigidos pela sociedade pode levar a distorções da imagem corporal, a uma alimentação inadequada e a hábitos de controle de peso não saudáveis. A percepção adequada do adolescente em relação ao estado nutricional, por sua vez, pode influenciar na procura de uma assistência profissional especializada e na aderência ao tratamento proposto. Faltam estudos sobre os efeitos de ações de educação alimentar e nutricional na autopercepção nutricional de adolescentes. OBJETIVO: Avaliar o efeito de ações de um programa de educação alimentar e nutricional sobre a autopercepção e sobre o estado nutricional de adolescentes de uma escola pública no município de São Paulo/SP. MÉTODOS: Ensaio clínico randomizado, com grupo controle, com estudantes acompanhados durante 3 meses. Foram incluídos escolares de ambos os sexos, com idade entre 14 e 19 anos regularmente matriculados no Ensino Médio Técnico em uma Escola Técnica Estadual no ano letivo de 2022 e em 2023. Foram excluídos aqueles com doenças crônicas não transmissíveis e/ou com diagnóstico de transtornos alimentares. Foram aplicados questionários para avaliação da autopercepção e do estado nutricional. Foram realizados 10 encontros com atividades educacionais durante 3 meses. O grupo intervenção teve o estado nutricional avaliado em todos os encontros. O grupo controle não participou dos encontros e teve a avaliação do estado nutricional realizada nas mesmas semanas nas quais ocorreram os encontros/avaliações para o grupo submetido à intervenção. As avaliações sobre autopercepção foram realizadas antes do início e após o final da execução do projeto educacional completo, para ambos os grupos. RESULTADOS: O grupo intervenção apresentou uma melhora estatisticamente significativa na autopercepção do estado nutricional, onde o porcentual de adolescentes que acertaram o seu estado nutricional passou de 42% para 58% do primeiro para o último encontro (p = 0,022; IC 0,114; 0,938). Em relação ao estado nutricional também houve alterações. No grupo intervenção, passou de 68% para 70% os adolescentes classificados em eutrofia. Entre aqueles classificados em obesidade e obesidade grave passou de 9% para 7% e de 1% para 0%, respectivamente, porém sem significância estatística (p = 0,727). No grupo controle, a quantidade de adolescentes classificados em magreza acentuada, magreza e eutrofia mantiveram-se as mesmas. Houve alteração sem significado estatístico entre os classificados com sobrepeso que de 22% do momento inicial passaram para 23% no momento pós intervenção e os 11% classificados como obesos passaram para 9% ao final (p = 1,000). CONCLUSÃO: A intervenção mostrou-se benéfica para alterar a autopercepção nutricional dos adolescentes. Houve um aumento nos acertos entre os participantes do grupo intervenção após a realização do programa de educação alimentar e nutricional. Em relação ao estado nutricional real não houveram mudanças estatisticamente significativas em ambos os grupos. A escola mostrou-se um lugar adequado, como ambiente propício para realização de um programa de educação alimentar e nutricional, que pode contribuir para melhora da autopercepção nutricional