Contribuições científicas da disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para o enfrentamento à Pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Alencar, Júlio César Garcia de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5165/tde-11112021-101425/
Resumo: Em 31 de dezembro de 2019, pacientes com pneumonia de etiologia até então desconhecida, moradores da cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, na China, foram reportados à Organização Mundial de Saúde (OMS). Em sete de janeiro de 2020, pesquisadores chineses identificaram o agente etiológico da doença: um vírus de RNA de fita simples, envelopado, da família Coronaviridae. O novo Coronavírus foi denominado de vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2). Em 11 de março de 2020, após mais de 118 mil pacientes infectados em 114 países, e 4291 mortes confirmadas, a OMS declarou que o mundo vivenciava uma pandemia. Embora a pandemia seja indubitavelmente responsável por mudanças na assistência à saúde da população do mundo, as competências exigidas dos Médicos Emergencistas, como o planejamento terapêutico adequado e a correta alocação de pacientes, permaneceram indeléveis. Objetivos: Descrever e discutir as principais contribuições científicas da Disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para o enfrentamento a Pandemia de COVID-19; identificar os fatores clínicos e epidemiológicos associados a mortalidade de pacientes com pneumonia por SARS-CoV-2; avaliar a relação entre a extensão de acometimento pulmonar avaliado pela ultrassonografia e mortalidade de pacientes com COVID-19; descrever a taxa de sucesso de intubação em primeira tentativa de pacientes com COVID-19 realizada por médicos Emergencistas; e analisar o efeito da N-acetil-cisteína no tratamento de pacientes com COVID-19 grave. Método: Trata-se de tese baseada em compilação de artigos que descreve e discute cinco publicações, sendo 4 estudos de coorte, três prospectivas e uma retrospectiva, e um ensaio clínico randomizado. Os estudos foram realizados no Serviço de Clínica Médica de Emergência HC FMUSP, entre março e junho de 2020, e o maior estudo incluiu 925 pacientes. Resultados: Em pacientes com pneumonia por SARS-CoV-2, frequência cardíaca elevada, pressão arterial sistólica baixa e hipoxemia na admissão foram associados a maior mortalidade durante internação. Nesses mesmos pacientes, o aumento da idade, o número de comorbidades e o valor de troponina T à admissão também foram associados a maior mortalidade. O escore PSI, desenvolvido e validado para pneumonia adquirida na comunidade, teve melhor desempenho em predizer mortalidade hospitalar em 30 dias do que os escores especificamente desenvolvidos para predizer desfechos em pacientes com COVID-19. O escore ultrassonográfico LUS, mensurado na admissão de pacientes com COVID-19, foi capaz de prever mortalidade hospitalar com área sobre a curva ROC de 0.71, além disso, LUS maior do que 25 na admissão apresentou especificidade > 90% para admissão em Unidade de Terapia Intensiva. A taxa de sucesso na primeira tentativa de intubação de pacientes COVID-19 em Departamento de Emergência foi de 82%. No entanto, complicações como hipoxemia, hipotensão e parada cardiorrespiratória tiveram alta incidência, de 52%, 42% e 2%, respectivamente. Por fim, o tratamento com N-acetil-cisteína em altas doses não reduziu a incidência de necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica invasiva quando comparado a placebo em pacientes com COVID-19