Efeitos da variabilidade glicêmica em pacientes criticamente doentes com covid-19 : estudo observacional retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Emerson Boschi da
Orientador(a): Moraes, Rafael Barberena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254438
Resumo: INTRODUÇÃO: Hiperglicemia no paciente criticamente doente, denominada hiperglicemia de estresse é atribuída a resistência insulínica e aumento dos hormônios contrarreguladores, sendo associada a piores desfechos nestes pacientes. A variabilidade glicêmica avalia as flutuações da glicose durante um determinado período de tempo, relacionada a um pior prognóstico. Hiperglicemia de estresse e uso de corticosteróides em pacientes com COVID-19 tornam a variabilidade glicêmica uma preocupação particular nestes pacientes. A associação entre variabilidade glicêmica e piores desfechos clínicos nestes pacientes foi pouco estudada. OBJETIVO: O objetivo primário consiste em analisar a associação entre variabilidade glicêmica nos pacientes com COVID-19, internados em regime de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com a mortalidade hospitalar. Os objetivos secundários buscam analisar a associação entre variabilidade glicêmica e os seguintes desfechos: tempo de ventilação mecânica, permanência em UTI e tempo de internação hospitalar, necessidade de terapia de substituição renal, hipoglicemia, infecções nosocomiais, uso de insulina e classe de corticosteróides. Estes desfechos também serão analisados separadamente no subgrupo de pacientes diabéticos. MÉTODOS: Neste estudo observacional, retrospectivo, unicêntrico, analisamos os prontuários físicos e eletrônicos de pacientes internados na UTI do Hospital Geral de Caxias do Sul, com diagnostico de infecção grave pelo novo coronavírus, coletando informações sobre as variações das glicemias, sendo calculado o coeficiente de variabilidade glicêmica (CV) nos primeiros dez dias de internação, do período de 01 de maio de 2020 até 31 de janeiro de 2022. RESULTADOS: Foram analisados 239 pacientes, onde se observou associação entre variabilidade glicêmica nos primeiros 10 dias de internação e mortalidade hospitalar (OR, 1,03; IC, 1-1,06). Houve maior mortalidade entre o nível mais elevado de quartil glicêmico da amostra sobre o menor quartil (OR 3,34; IC, 1,27-8,74) . Na análise univariada houve associação entre variabilidade glicêmica e necessidade de hemodiálise, incidência de hipoglicemia e infecções nosocomiais. O uso de corticosteroides não se associou com maior variabilidade glicêmica e o uso de insulina foi mais prevalente nos pacientes com maiores quartis de variabilidade glicêmica. Pacientes diabéticos parecem não sofrer influência de maior variabilidade glicêmica, não demonstrando associação com mortalidade hospitalar. CONCLUSÃO: Nesta coorte, maior variabilidade glicêmica se associou com maior mortalidade em pacientes com COVID-19. Esta associação foi observada no subgrupo de pacientes sem diabetes, mas não foi observada nos pacientes com diabetes.