Prevalência de problemas emocionais e comportamentais em crianças do primeiro ano do ensino fundamental com dificuldades de aprendizagem de acordo com a avaliação de professores e responsáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rosa, Ana Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-24082021-135844/
Resumo: Saber ler, escrever são habilidades básicas que o indivíduo deve dominar, no início da escolarização, para seguir aprendendo e tornar-se apto a viver em uma sociedade cada vez mais letrada e tecnológica. Dificuldades de aprendizagem e de comportamento são problemas, frequentemente associados, que prejudicam a aquisição das habilidades acadêmicas e sociais, levando ao fracasso escolar e desencadeando possíveis problemas de saúde mental que se iniciam na infância e podem perdurar até a vida adulta. Desse modo, objetivou-se, no presente estudo, levantar a prevalência problemas emocionais e comportamentais em alunos de primeiro ano do ensino fundamental com dificuldades de aprendizagem, de acordo com avaliação de responsáveis e professores. 599 alunos de primeiro ano participaram da primeira fase (rastreamento de crianças com baixo desempenho escolar por meio de uma escala especificamente desenvolvida para esta finalidade). Nesta fase, 107 alunos (17,86%) foram classificados com desempenho escolar insuficiente, sendo que os meninos apresentam mais dificuldades do que as meninas. Na segunda fase (rastreio de problemas emocionais e comportamentais nas crianças com dificuldades de aprendizagem de acordo com a avalição de professores e responsáveis), 105 alunos foram avaliados pelas professoras por meio do Questionário de capacidades e dificuldades - SDQ. As professoras também preencheram uma ficha que indicava em qual domínio de aprendizagem (leitura, escrita e/ou matemática) os alunos com baixo desempenho possuíam mais dificuldade. Foram realizadas análises estatísticas descritivas para o tratamento dos dados obtidos nas fases 1 e 2, e posteriormente, aplicou-se o teste t de Student para verificar se havia diferenças significativas entre grupos (meninas e meninos) e entre informantes (professoras e responsáveis) quanto a prevalência de problemas de saúde mental. Dos 105, 76 alunos foram também avaliados pelos responsáveis por meio do SDQ. De acordo com avaliação das professoras (n=105), 65 alunos (61,90%) foram classificados na faixa anormal do SDQ e 74 (70,48%) apresentaram dificuldade significativa nos três domínios de aprendizagem. De acordo com a avaliação dos responsáveis (n=76), 47 alunos (61,84%) foram classificados na faixa anormal do SDQ. A maior porcentagem de crianças classificadas na faixa anormal, tanto na avaliação de professoras quanto de responsáveis (n=76), ocorreu na subescala Hiperatividade, 49 (64,47%). Não houve diferença estatisticamente significativa entre meninas e meninos com dificuldades de aprendizagem quanto a prevalência de problemas emocionais e comportamentais. Observou-se moderado índice de convergência entre as avaliações de professoras e responsáveis: 41 casos (53,95%). O maior índice de convergência foi referente ao SDQ total: 33 crianças (80,49%) foram classificadas na faixa anormal do SDQ por ambos os informantes. A subescala com maior taxa de concordância foi Hiperatividade, 25 crianças (60,98%) classificadas na faixa anormal. Em relação aos resultados divergentes, o maior índice de não concordância entre os informantes refere-se à subescala Comportamento Pró-social (p < 0,001). De maneira geral, os resultados deste estudo apontam para uma alta prevalência de problemas de comportamento externalizantes (hiperatividade) em crianças de primeiro ano com dificuldades de aprendizagem. Parece não ter havido moderação da variável sexo quanto a prevalência de problemas de saúde mental.