Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Soares, Lívia Maria de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/243316
|
Resumo: |
A pandemia da covid-19 acarretou no fechamento das unidades escolares e na suspensão do ensino presencial durante todo o ano de 2022 e o primeiro semestre de 2021, ocasionando a necessidade de um ensino remoto emergencial para a continuidade do ano letivo. Mediante a mudança do cenário escolar para o cenário residencial, além da falta de acesso aos meios tecnológicos e o desconhecimento sobre o uso desses, a educação sofreu transformações que possivelmente foram agravantes das queixas de aprendizagem, como leitura, escrita e matemática, após o retorno ao ensino presencial. Nesse sentido, a presente pesquisa traz como problema as seguintes indagações: o que pode ser observado acerca das intervenções junto a alunos com dificuldade de aprendizagem no retorno às aulas presenciais, após o ensino emergencial ocasionado pela pandemia de covid-19? Como intervir junto aos professores na elaboração de intervenções pedagógicas com crianças com dificuldade de aprendizagem no contexto pós-pandêmico? Possui como objetivo analisar a perspectiva pedagógica trabalhada no reforço escolar, desenvolvido na intenção de sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos, bem como construir com a equipe de professores formas de intervenções junto a crianças com queixas de dificuldades que sejam coerentes ao desenvolvimento infantil. O delineamento metodológico definido é o estudo de caso, tendo como instrumentos a entrevista semiestruturada, o roteiro de observação direta e o curso de formação continuada oferecido para os participantes. Participaram do estudo oito professores de uma escola pública de ensino fundamental I, localizada no município de São José do Rio Preto-SP. No primeiro momento, foi realizada a observação das aulas de reforço ministradas por eles e, posteriormente, uma entrevista semiestruturada que abordou a prática pedagógica de cada docente, assim como as ideias que possuíam sobre o que é dificuldade de aprendizagem. Em seguida, os professores participaram da criação de um grupo de formação continuada que buscou discutir os desafios existentes no contexto pós pandemia, bem como refletir e construir, juntamente com a equipe escolar, intervenções pedagógicas para os momentos de reforço junto a crianças com queixas de dificuldades de aprendizagem, do Ensino Fundamental I. Referentes aos resultados a partir das entrevistas destacam-se a confusão entre as terminologias “transtorno de aprendizagem” e “dificuldade de aprendizagem-” e a culpabilização do aluno e de fatores externos ao ambiente escolar, colaborando para o encaminhamento desnecessário de alunos que possuem queixas escolares. Ao se depararem com uma criança com dificuldade para aprender, muitos participantes culpabilizam a criança, a família e possíveis problemas de saúde, desconsiderando a ação pedagógica no agravamento dessas queixas. Em relação às observações em sala de aula, as práticas indicavam desconhecimento na utilização de materiais concretos nas aulas reforço de, assim como ainda é presente a concepção de professor como centro do ensino, uma vez que não há momentos de troca entre os alunos, tampouco situações de interação e experiência. O curso de formação continuada teve duração de 40 horas e abordou os seguintes conteúdos: concepções e conceitualização da terminologia dificuldade de aprendizagem, fatores de desenvolvimento segundo a teoria piagetiana, papel da experiência e da abstração reflexionante na construção do conhecimento, reflexão sobre a prática pedagógica e as intervenções mediante uma situação de dificuldade de aprendizagem e uso de materiais concretos nos momentos de reforço. Os resultados das observações das salas após o curso de formação continuada indicaram uma mudança inicial de postura na aplicação dos jogos trabalhados na formação (Salve e Feche a Caixa), indicando que é possível uma transformação da prática pedagógica mediante o conhecimento sobre jogos e, principalmente, ao considerar o aluno como sujeito ativo e construtor de seu conhecimento. Pretende-se, com esse estudo, demonstrar a importância da reflexão sobre a ação pedagógica como forma de refinamento, bem como fomentar pesquisas acerca das dificuldades de aprendizagem e o papel do reforço escolar na superação das situações de não aprendizagem. |