Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Reghin, Santiago Colombo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-04122023-175519/
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Resumo: |
Após a morte de Alexandre III, os recém-formados impérios helenísticos precisavam cooptar as elites locais para assegurar suas condições de expansão e estabilidade. O Império Selêucida herdou a maioria do território conquistado por Alexandre e, como ele, estabeleceu seu núcleo inicial na Babilônia. A interação entre os agentes imperiais selêucidas e a elite local sacerdotal do templo de Esagila, a principal instituição da cidade, é o foco desta dissertação. Nesse sentido, examinaremos como a organização institucional e a cultura escribal da elite babilônica foram afetadas pelo processo de integração ao império selêucida e, por consequência, ao mundo helenístico. Para melhor compreendermos esse processo, propomos uma análise em dois passos. Inicialmente, investigaremos como o império se estruturou na cidade da Babilônia e seu estabelecimento interferiu na organização do templo de Esagila. Para isso, serão identificadas as estratégias políticas do império, como a implantação de novas instituições e sistemas fiscais, a delegação de agentes imperiais e as medidas evergéticas, as quais estão registradas em textos historiográficos, administrativos e estelas. Será argumentado que, assim como outras cidades centrais no território selêucida, ao mesmo tempo que foram implantadas mudanças significativas na organização local, a corte dependia da colaboração das elites nativas. Desse modo, os selêucidas elevaram os sacerdotes de Esagila à posição de retransmissores do poder imperial na cidade, bem como concederam a eles certo grau de liberdade administrativa. Na sequência, as fontes histórico-literárias babilônicas serão analisadas, a fim de identificarmos como a cultura escribal mantida pelos sacerdotes foi afetada pela anexação imperial. Analisaremos como tal cultura se apropriou de tendências e topoi literários do mundo helenístico, além da intensificação de algumas dinâmicas mais antigas da cultura escribal pré-helenística a partir dos contatos estabelecidos com a dinastia estrangeira. Será argumentado que, por um lado, os sacerdotes apropriaram as referências helenísticas para criar um canal de comunicação efetivo com a corte imperial e, por outro, advogaram pela importância e utilidade do saber milenar babilônico, mantidos no templo, para guiar o governo selêucida. Compreendemos que ambos os passos destacam tanto o impacto do império no âmbito político-cultural da Babilônia quanto a agência e expectativas locais em relação à nova dinastia. |