As lições de história universal da Biblioteca Histórica de Diodoro de Sicília como processo educativo da humanidade.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mota, Cynthia Cristina de Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-02102009-160347/
Resumo: Diodoro de Sicília historiador que viveu no século I antes da época comum escreveu uma obra intitulada Biblioteca Histórica constituída de quarenta volumes dos quais restaram integrais apenas dos livros I ao V (fragmentos dos livros VI ao X), e dos livros XI ao XX (fragmentos dos livros XXI ao XL). O autor escreveu em sua monumental obra a história universal desde os primórdios (incluindo história egípcia, história dos povos bárbaros, história grega e romana) até à sua própria época (última data citada por Diodoro diz respeito à colonização de Tauromênion, empreendida no reinado de Otávio [XVI, VII, 1]). Entretanto, Diodoro nunca foi considerado, nem em sua própria época, nem em épocas posteriores, um historiador original: sua obra foi considerada uma cópia incessante de outros autores. O centro da controvérsia nos tempos modernos (a partir do século XIX) foi a Quellerforschung (pesquisa das fontes) que intentou buscar no texto diodoriano autores perdidos (que ele cita explicitamente em sua Biblioteca) da época helenística como se o mesmo apenas os tivesse copiado. Essa pesquisa teve por objetivo resgatar a originalidade da Biblioteca Histórica buscando conferir a seu autor a autoria de seus escritos. Longe de ser um mero copista, Diodoro é um historiador-educador que busca instruir seus leitores dando um caráter de utilidade no aprendizado de uma vida correta e justa. Pode-se dividir a Biblioteca em duas partes: a primeira (livros I ao V), de cunho etnográfico-geográfico, narra como os homens foram capazes de caminhar rumo à vida civilizada (ou não, no caso dos bárbaros). A recorrência dos termos parádoxa e thaumázein significando espanto, admiração e maravilhamento mostram como a humanidade foi capaz de superar as dificuldades de uma existência difícil e hostil tornando-se capaz de viver em sociedade. A segunda parte (livros XI ao XX) da Biblioteca, Diodoro dedica-se a narrar a história do mundo (especialmente a da Grécia) mostrando o exemplo dos grandes homens, sobretudo nos campos de batalha. Parádoxa deixa de significar maravilha ou espanto e, aliada à Fortuna (tých), ganha o sentido de contrário a toda expectativa. Assim, Diodoro mostra que a Divina Providência (theia pronoía) interfere nos assuntos humanos e cabe ao historiador mostrar como os grandes homens se comportaram diante dos sucessos