A influência de diferentes razões de ácidos graxos saturados e monoinsaturados no desempenho de crescimento e metabolismo lipídico de juvenis de Rachycentron canadum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lorenti, Victor Hugo Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
SFA
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-04052022-172514/
Resumo: A utilização de óleo de peixe (OP) na aquicultura marinha é importante devido à presença de ácidos graxos (AG) de cadeia longa e altamente insaturados (LC-PUFA) da série n3. No entanto, a produção de OP é limitada, e por esta razão, fontes alternativas de menor custo e produção mais estável como óleos vegetais (OV) vêm sendo investigadas. No entanto esta substituição, na maioria dos casos, impacta negativamente o crescimento e altera o metabolismo lipídico dos animais, principalmente devido à presença nos OV de quantidades elevadas de AG saturados (SFA) e monoinsaturados (MUFA) e ausência de LC-PUFAs. Uma alternativa para produção de dietas com menor custo e que cumpram as necessidades nutricionais dos animais é a utilização de OV suplementado com LC-PUFAs. Contudo, estudos com peixes marinhos mostraram que dietas com altas quantidades de SFA e MUFAs alteram a deposição lipídica no fígado e a expressão de genes relacionados com a síntese e oxidação de AGs. O objetivo do presente estudo foi investigar a influência de fontes lipídicas alternativas, ricas em SFA e MUFA suplementadas com LC-PUFA no crescimento e metabolismo lipídico de juvenis de Rachycentron canadum. Foi conduzido um experimento nutricional de oito semanas utilizando quatro dietas isoproteicas e isolipídicas: OP-D (dieta controle com apenas OP), SFA-D (rica em SFA), MIX-D (mesmos níveis de SFA e MUFA) e dieta MUFA-D (rica em MUFA). As dietas, (exceto OP-D), foram suplementadas com ácido araquidônico (ARA), ácido eicosapentaenoico (EPA), e ácido docosaexaenoico (DHA) (3, 5, 10 g kg1, respectivamente). Foram avaliados o perfil de AG muscular e hepático, a expressão de genes de síntese e oxidação de AG e a morfologia do tecido hepático. De forma geral, o desempenho produtivo não foi prejudicado pelas dietas livres de OP, corroborando estudos que demonstram que fontes lipídicas alternativas podem ser usadas em formulações de dietas para juvenis de peixes marinhos quando adequadamente suplementada com LCPUFAs. A deposição de SFA no músculo e no fígado ocorreu de forma desproporcional à inclusão destes AGs nas dietas. De forma inversa os MUFAs foram depositados principalmente no fígado e músculo, refletindo os níveis de inclusão na dieta. Os principais AG que influenciaram esse padrão foram 12:0 e 18:1n-9. A expressão da ácido graxo sintase (fas) foi hiper-regulada no grupo OP-D em comparação com os grupos SFA-D e MIX-D. Não houve diferenças nas expressões relativas de carnitina palmitoiltransferase 1 (cpt-1) e lipase lipoproteica (lpl). Os resultados da morfologia do fígado indicaram que os peixes alimentados com SFA-D apresentaram uma área de vacúolos lipídicos menor do que aqueles alimentados com outras dietas experimentais. Este estudo mostra que SFA com cadeias de carbono mais curtas, como 12:0 podem ser administrados em dietas para R. canadum para estimular o catabolismo dessas moléculas, fornecendo energia para o crescimento e retendo LC-PUFAs nos tecidos, especialmente no músculo, exibindo um filé mais saudável para os consumidores.