Eficácia do chá verde e de seu extrato, epigalocatequina-3-galato, na redução da microbiota cariogênica em crianças: estudo clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vilela, Marina Moscardini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-04102022-092316/
Resumo: Atualmente o digluconato de clorexidina (CHX) constitui o agente antimicrobiano mais utilizado para bochechos em crianças. No entanto, este agente apresenta efeitos colaterais quando utilizado por um longo período de tempo, o que conduzem a pesquisas de novas formulações que apresentem alta capacidade antimicrobiana e ausência de efeitos colaterais. Neste contexto, plantas e extratos isolados têm sido propostos como alternativa ao tratamento de diversas doenças infecciosas, como a cárie dental, devido aos inúmeros benefícios à saúde geral e bucal. O chá verde, bebida amplamente disponível, e seu extrato purificado epigalocatequina-3-galato (EGCG) têm sido amplamente estudados devido as suas propriedades antimicrobianas. Assim o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito antimicrobiano do chá verde e do seu extrato EGCG sobre micro-organismos cariogênicos (Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus spp) da microbiota bucal de crianças com alto risco e alta atividade da doença cárie e avaliar possíveis alterações nas propriedades físico-químicas da saliva. Material e Métodos: A concentração de microorganismos cariogênicos foi determinada na saliva de 47 crianças (6-12 anos), antes e após a realização de bochechos com um dos grupos avaliados: EGCG 4000 µg/mL, chá verde, digluconato de clorexidina 0,12% e água destilada. As amostras de saliva eram levadas para processamento microbiológico, diluição seriada e plaqueamento em placas de Ágar com meio específico de crescimento para cada grupo de micro-organismo. Após a incubação em atmosfera de microaerofilia, durante 72 horas, a 37°C foi realizada a contagem das unidades formadoras de colônia (UFC) e o cálculo do percentual de redução microbiano. A capacidade tamponante e o pH salivar foram determinados com auxílio de fitas indicadoras de pH, onde era retirado uma alíquota de 1 mL da saliva coletada antes e depois. Para avaliação da capacidade tamponante, 3 mL de uma solução 0,005N de ácido clorídrico foram adicionados em 1 mL de saliva. A capacidade tamponante foi considerada normal quando o pH se situou entre 5,0 e 7,0 e baixa quando inferior a 5,0. Resultados: O percentual médio de redução microbiana da formulação de EGCG para ambos os micro-organismos foi superior ao percentual de redução do chá verde e da água destilada e inferior a CHX. Ambos os grupos foram mais efetivos para a redução dos estreptococos do grupo mutans do que para os lactobacilos. Não houve diferença estatisticamente significante na alteração do pH salivar após a realização dos bochechos em nenhum dos grupos testados. Conclusão: Embora o EGCG tenha melhor atividade antimicrobiana do que o chá verde, este estudo apóia a eficácia de ambos como uma opção antibacteriana e anticariogênica. Tanto o EGCG quanto o chá verde podem ser usados como alternativas aos enxaguatórios bucais à base de clorexidina devido às suas propriedades naturais.