Fotogramas operários no documentário paulistano: uma análise sobre as representações das classes populares na luta política e sindical brasileira dos anos 1970

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pazzanese, Regina Flora Egger
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14112018-104539/
Resumo: A confluência entre eventos do movimento operário e a atuação de cineastas de esquerda nos anos 1970, produziu obras importantes para o documentarismo brasileiro. Dentre elas, o filme Braços Cruzados, Máquinas Paradas (GERVITZ et SEGALL, 1978), uma obra audiovisual de impacto epocal, que narrou a disputa entre três correntes ideológicas e programáticas distintas, a concorrer à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, em 1978. Ao final daquela década, a política brasileira foi surpreendida por manifestações e greves operárias de grandes proporções. As chamadas Greves das Comissões ocorreram em São Paulo, região que movimentava um dos maiores PIBs do país, em plena transição democrática. Braços Cruzados, Máquinas Paradas é uma obra filmográfica que construiu narrativas sobre este acontecimento e período histórico. Os diretores, Roberto Gervitz e Sérgio Toledo Segall, foram convidados pela Chapa 3, a Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (OSM-SP), uma das concorrentes ao pleito, para registrar o processo dessa campanha eleitoral. Durante as filmagens ocorreram as grandes greves paulistas, tanto em São Paulo, quanto na região industrial do ABC, acontecimentos que acabaram por permear a construção narrativa e a perspectiva política da obra. Nesta tese, analisamos Braços Cruzados, Máquinas Paradas enquanto registro das atividades da Oposição Sindical. O filme foi lido como uma intervenção política e estética, que construiu uma nova representação sobre a classe operária e popular, o qual nos permitiu mapear o debate, as expectativas e os impasses político-culturais travados no campo das esquerdas nacionais. Ao mesmo tempo, analisamos problemáticas postas na obra que, de certo modo, nutriram a matriz de pensamento de uma nova esquerda emergente no país, que culminou na criação do Partido dos Trabalhadores (PT), fundado dois anos após a realização do filme.