Tempo de permanência do cateter venoso periférico e o crescimento bacteriano em curativos e dânulas: subsídios para prevenção de eventos adversos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rossini, Fernanda de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-29072019-161025/
Resumo: A manutenção do cateter venoso periférico (CVP) é um tema complexo que exige o cumprimento de uma série de conformidades na prevenção e controle dos eventos adversos, como a flebite. Neste estudo avaliou-se a microbiota e o perfil de sensibilidade aos antibióticos das bactérias isoladas em curativos e dânulas utilizados na manutenção do CVP. Assim, relacionou-se o tempo de permanência do acesso e a presença ou não de sujidade com o crescimento bacteriano em meios de culturas seletivos e a ocorrência de cepas multidroga resistentes (MDR). Trata-se de um estudo observacional de prevalência realizado com pacientes adultos hospitalizados em terapia intravenosa periférica. Nesse sentido, a coleta envolveu 30 dânulas (30 amostras do seu lúmen e 30 da sua superfície externa) e 30 curativos totalizando-se 90 análises microbiológicas. No processamento microbiológico do curativo utilizou-se suabe friccionado em área previamente demarcada e para o lúmen realizou-se flush nas duas vias da dânula. Todas as amostras foram semeadas em meio TSB (Tryptic Soy Broth) e a incubação procedeu-se a 37°C por 24hs até 14 dias. Os meios de cultura seletivos utilizados foram Manitol Salgado, MacConkey e Cetrimide. Na Identificação das cepas e do antibiograma utilizou-se o procedimento automatizado VITEK®. Os testes: exato de Fischer, não paramétrico de Mann-Whitney e Qui-Quadrado de Pearson subsidiaram a análise estatística com nível de significância de 5% (? = 0,05). O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Diante da variabilidade dos resultados é importante destacar que 100% das superfícies externas das dânulas, 40% dos lúmens e 86,7% dos curativos apresentaram crescimento bacteriano. E, com relação às espécies isoladas no lúmen destacam-se: 50% Staphylococcus coagulase-negativo, 14,3% Staphylococcus aureus, 14,3% Pseudomonas aeruginosa, 7,1% Klebsiella pneumoniae e 7,1% Proteus mirabilis. Em relação ao perfil de sensibilidade identificaram-se bactérias MDR em 59% das superfícies externas das dânulas, 44% nos curativos e 42% nos lúmens, com predomínio de Staphylococcus coagulase-negativo resistente ao antibiótico oxacilina. Bactérias Gram-negativas com resistência a carbapenêmicos foram isoladas nas superfícies externas das dânulas, sendo 9% Klebsiella pneumoniae, 4,5% Pseudomonas aeruginosa e 4,5% Acinetobacter baumannii. Evidenciou-se associação entre o crescimento bacteriano em meio TSB e a presença de sujidade (p=0,014). A comparação entre a média dos dias de CVP e o crescimento bacteriano no meio MacConkey apresentou diferença significativa (p=0,018). No geral, os resultados preocupam considerando, principalmente, o crescimento bacteriano no lúmen das dânulas. Outras investigações são promissoras para que se possa de fato ampliar as evidências acerca das condições microbiológicas na manutenção desse acesso venoso, estabelecer relações com as variáveis clínicas e, assim subsidiar os protocolos de assistência na prevenção e controle dos riscos de infecção.