Situação atual de vigilância entomológica do Programa de Controle da Doença de Chagas na região de Campinas, São Paulo, Brasil

• Ano de defesa: 2007
• Autor(a) principal: Hoffmann, Roberto Coloza
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Chagas Disease; Controle de Vetores; Doença de Chagas; Entomological Surveillance; Triatomine; Triatomíneos; Vectorial Control; Vigilância Entomológica
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-28092022-150511/

Introdução - A transmissão vetorial da Doença de Chagas no estado de São Paulo foi interrompida no início nos anos 1970 com a eliminação do seu principal vetor, o Triatoma infestans. A partir daí, a preocupação passa a ser o controle das espécies triatomínicas secundárias, nas quais, as medidas preconizadas não resultaram no mesmo sucesso. Em 2004 o programa passou a fundamentar-se na notificação espontânea, pela população, de insetos suspeitos de serem \"barbeiros\". Objetivo - Estudar a situação atual da vigilância entomológica e o controle de triatomíneos na região de Campinas. Métodos - Estudo descritivo onde foram considerados todos os passos do programa relacionados à vigilância entomológica. Foram utilizados os dados obtidos e acumulados no banco de dados da SUCEN, durante as atividades de controle nos 88 municípios da região entre 1990 e 2006. Informações complementares foram obtidas no serviço regional e nos laboratórios. Os dados foram alinhados em tabelas e mapas e comparadas as distribuições entre as três regionais de saúde (DIRs) e por espécie encontrada. Resultados: O componente educativo, fundamental ao programa, apresenta dificuldades na sua implantação frente às outras prioridades em saúde pública e também pela ausência de financiamentos para municipalização das ações. De 2004 a 2006 foram 729 notificações, sendo 42,0% triatomíneos. A grande maioria das notificações foi atendida (89,5%), sendo 96,3% dentro do prazo estabelecido. Em média, 16,9% resultaram positivos no atendimento. A DIR XX São João da Boa Vista concentra o maior número de notificações e de exemplares coletados. Considerando a distribuição das espécies entre 1990 e 2006, o Panstrongylus megistus foi a espécie mais freqüente, representando 92,7% do total coletado. Conclusões - A vigilância entomológica por notificação espontânea tem atingido, até o momento, o seu propósito de manter a região livre da transmissão vetorial. Entretanto, existe a necessidade do aprimoramento das ações educativas, pois são elas a base do programa atual. O P. megistus continua representando a maior ameaça como vetor secundário, dada a sua alta freqüência, capacidade de domiciliação e alta taxa de infecção natural, exigindo permanente e eficaz vigilância entomológica. Outras espécies silvestres ainda não apresentam uma grande capacidade vetorial.